Cotidiano

Polícia Federal indicia José Dirceu mais uma vez

jose-dirceuSÃO PAULO – A Polícia Federal indiciou, pela terceira vez, o ex-ministro José Dirceu, por formação de quadrilha, corrupção ativa e lavagem de dinheiro. Agentes que atuam na Lava-Jato acreditam que o petista recebeu dinheiro ilegal da empresa Consultoria de Recursos Humanos Hope, que mantinha contrato de tercerização de mão-de-obra com a Petrobras. Dirceu já foi condenado a 20 anos e 10 meses de prisão por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa por envolvimento em irregularidades na estatal.

Outras sete pessoas também foram indiciadas, entre elas Roberto Marques, ex-assessor de Dirceu, conhecido como Bob, os irmãos Milton e José Adolfo Pascowitch, Rogério Penha da Silva, Raul Andres Ortuzar Ramirez e Wilson da Costa Ritto Filho, os três ligados à Hope, e Arthur Edmundo Alves da Costa, dono da Personal Service, que também tinha contratos com a Petrobras.

As supostas irregularidades entre os investigados e a Hope se tornaram públicas durante a 17ª fase da Operação Lava Jato, nomeada como ?Pixuleco?. Dirceu está preso no Complexo Médico-Penal, na Região Metropolitana de Curitiba

No relatório, a Polícia Federal aponta que ?o material apreendido exime de dúvidas os relacionamentos promíscuos existentes entre os investigados?. O documento evidencia ainda que ?a empresa Hope custeava diretamente despesas pessoais de José Dirceu – o Vip – como várias hospedagens em hotel, carro e motorista e até mesmo hospedagem para a namorada. Frise-se que o custo de cada diária, em suíte de luxo do hotel, era de R$ 1,9 mil a diária, ainda no ano de 2011?.

A Hope Recursos Humanos, segundo as investigações, já firmou com a Petrobras contratos que alcançam o valor de aproximadamente R$ 3,5 bilhões, somente entre 2007 e 2011.

A Polícia Federal menciona também envolvimento da empresa Personal no pagamento de vantagens ilícitas, a partir de contratos obtidos na Petrobras. Segundo os agentes, Milton Pascowitch, na condição de colaborador da Lava-Jato, declarou que, dos valores pagos mensalmente pela Hope e Personal, R$ 180 mil eram pagos a Fernando Moura, lobista ligado ao ex-ministro.