Cotidiano

Polícia Civil investiga rede de adoções ilegais no interior de São Paulo

RIO ? A Polícia Civil investiga a existência de uma rede especializada em adoções ilegais de crianças no interior de São Paulo. A apuração começou depois que a corporação desvendou o caso de um falso sequestro de um bebê em Campinas.

No sábado, Hyanna de Oliveira registrou um boletim de ocorrência em que afirmava que seu filho, então com 25 dias, havia sido raptado por uma mulher no Mercado Municipal da cidade. Ela alegou que foi ao banheiro, deixou a criança com uma mulher e, na volta, o bebê tinha sumido.

Segundo o site ?G1?, na delegacia, no entanto, a mãe reconheceu que passava por problemas financeiros. Ela disse ainda que o pai da criança estava preso e que, por isso, havia anunciado na internet, antes mesmo do nascimento do filho, a intenção de doá-lo. Hyanna admitiu que recebeu R$ 200, mas negou ter vendido o bebê. Ela argumentou que entregou o filho para que Meiriele Barbosa, que foi presa pela polícia, cuidasse. Segundo ela, o dinheiro serviria para que ela comprasse um celular e mantivesse contato com a receptadora.

A criança foi encontrada domingo, em Presidente Prudente, na casa de Meiriele, e encaminhada para um abrigo. A polícia também apreendeu na residência uma certidão de nascimento com data de 8 de outubro, próxima ao nascimento do bebê. Mensagens no celular da suspeita mostram contatos com outras pessoas em que se discute o registro e a adoção de crianças. Em depoimento, Meiriele negou as acusações e disse que tinha a intenção de ajudar Hyanna. A mãe vai responder em liberdade pelo crime de entregar o filho mediante pagamento.

? A mãe da criança alega que anunciou na rede social a sua intenção de doar (o filho), porque ela estava passando por um momento de dificuldade financeira. E que esta mulher (Meiriele) acabou fazendo um contato e se interessando ? afirmou o delegado José Carlos Fernandes.

A polícia está investigando se a certidão de nascimento encontrada tinha a intenção de forjar o registro de Meiriele como mãe do bebê.

? Nós vamos apurar se esse registro é falso ou se ela efetivamente registrou como sendo seu próprio filho. Esse registro consta o nome da mãe como sendo a da indiciada presa, e que uma criança teria nascido na data do dia 8 de outubro, bem próximo ao nascimento dessa criança ? ressaltou o delegado.

Na saída da delegacia, Hyanna disse que se arrependeu de ter entregue o filho:

? Está todo me julgando, falando que vendi meu filho, mas não fiz isso. Falei para ela (Meiriele) que não ia mais entregar meu filho, e ela disse para eu ficar calma e que ia me ajudar e cuidar do meu filho até meu marido sair da cadeia ? disse.