Cotidiano

Planalto quer manter normalidade das votações no Congresso

BRASÍLIA – De volta ao país, o presidente Michel Temer quer dar normalidade às votações no Congresso das propostas consideradas cruciais pelo governo, mesmo com a prisão do ex-presidente da Câmara e deputado cassado Eduardo Cunha. Temer foi recebido nesta quinta-feira pelo presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), que estava no comando do país. Na Câmara, o governo quer aprovar na próxima terça-feira o segundo turno da PEC 241, que trata da criação de um teto dos gastos públicos.

Em seguida, a matéria será enviada ao Senado, onde será votada em primeiro e segundo turnos. Na segunda-feira, ainda haverá uma tentativa de votar o projeto que trata do pré-sal, de iniciativa do atual ministro José Serra.

O presidente nacional do PMDB, senador Romero Jucá (RR), disse que o governo não vai parar por causa da prisão.

? O governo não tem preocupação. Não afeta as votações: na Câmara vamos votar na semana que vem a PEC 241 e já temos um cronograma no Senado para votá-la também. O governo continua trabalhando ? disse Jucá.

Pela manhã, Maia se reuniu com os líderes de partidos aliados, onde a questão foi mencionada. Segundo um dos participantes, houve comentários sobre declarações dos líderes a respeito da prisão e elogios ao tom do líder do DEM, Pauderney Avelino (AM), que falou que criava um estresse político, mas não afetava votações. Mas um líder falou em depoimentos e não em entrevistas. Diante disso, um colega brincou que era “perigoso falar em depoimentos neste momento” e que todos davam entrevistas.

Na Câmara, parlamentares acreditam que Cunha está analisando como usará todas as informações que possui. Alguns acreditam que ele poderá colaborar com as investigações e que isso poderia reverter em seu favor até diante a opinião pública.