Cotidiano

Pimco acusa Bill Gross de vazar dados confidenciais

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NOVA YORK – A Pacific Investment Managemente Co. (Pimco) subiu o tom de sua batalha judicial com seu cofundador Bill Gross. Agora, a empresa alega que ele pode ter destruído documentos e vazado para a imprensa informação confidencial sobre pagamentos. A revelação veio dias antes de Bill Gross ser ouvido em um tribunal ? o que está agendado para acontecer na sexta-feira ? no processo que o megainvestidor move contra a Pimco alegando que a companhia o forçou a se demitir para não ter de pagar bônus a ele.

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Gross pede à Justiça que exija ao fundo o fornecimento de documentos internos que precisa para provar sua acusação.

?Uma descoberta revelou que o senhor Gross foi tão longe a ponto de vazar dados confidenciais de compensação à mídia após deixar a companhia?, alegou a Pimco em documento nesta terça-feira, ?como parte de sua triste obsessão por atacar seu antigo empregador e colegas?.

O megainvestidor poderia também ter destruído documentos relevantes ao caso, de acordo com a companhia. Em um documento do advogado de Gross, ele afirma que passou a informação sobre pagamento de bônus a um repórter da Bloomberg. Ele afirmou que a Pimco não tinha o direito de tomar nenhuma ação contra ele por revelar o dado.

Na semana passada, Gross acusou a Pimco de ter ?má fé de obstrução? por reter possíveis evidências sobre sua estratégia de investimento e práticas de compensação. Gross alega que a informação vai ajudá-lo em sua ação na Justiça que outros diretores-gerentes queriam sua parte dos bônus após ele ter um desentendimento sobre a ação da Pimco em investimentos arriscados.

?A moção mais recente da Pimco é um esforço para desviar culpa de sua má conduta ao fazer insultos e acusações infundadas contra nosso cliente?, sustenta Patricia Glaser, que defende Gross, em declaração enviada por e-mail. ?A únia parte tentando esconder o jogo é a Pimco?.

REIVINDICAÇÃO DE PRIVACIDADE

A Pimco sustenta que a ampla demanda de Gross por registros das interações da Pimco com reguladores governamentais e de cada encontro de seus executivos-sênior nos últimos cinco anos é irrelevante às reclamações trabalhistas do processo. A companhia também alega que revelear registros de pagamento de executivos seria uma violação ao direito de privacidade de pessoas que não estão envolvidas no caso.

A Bloomberg reportou em novembro de 2014, dois meses após Gross deixar a firma, que ele recebeu um bônus de cerca de US$ 290 milhões em 2013. Outros bônus relatados por 2013 incluem US$ 230 milhões para Mohamed El-Erian, diretor executivo da Pimco na época, US$ 70 milhões para Daniel Ivascyn, que sucedeu Gross com diretor de investimento, e US$ 45 milhões para Douglas Hodge, que substituiu El-Erian como CEO.