SÃO PAULO ? A Polícia Federal indiciou o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto e o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque por propinas pagas pela Carioca Engenharia na construção da fábrica de fertilizantes da Petrobras em Uberaba, no Triângulo Mineiro (MG). Em depoimento de delação, Ricardo Pernambuco Junior, um dos dirigentes da Carioca, afirmou que em 2011 Vaccari pediu R$ 1 milhão em dinheiro para incluir a empresa na lista de empreiteiras convidadas pela Petrobras para fazerem obras da estatal. O valor seria destinado ao PT.
O dinheiro teria sido entregue em quatro parcelas de R$ 250 mil a um preposto de Vaccari, em São Paulo. Na época, a empresa tinha interesse na obra da fábrica de Uberaba, cuja licitação era feita pela diretoria de Serviços da Petrobras, ocupada por Duque.
Vaccari e Duque já foram condenados em três ações penais. Vaccari responde a outras quatro ações em andamento na Justiça Federal do Paraná. Duque responde a cinco. Vaccari permanece em silêncio em todos os depoimentos. Duque tenta pela segunda vez assinar acordo de delação premi
A Polícia Federal também indiciou o ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco e o operador de propinas Mário Goes. Barusco recebeu propina em contas fora do Brasil, depositada por Goes, pelas obras do Gasoduto Coari-Manaus, pier de GNL e Terminal Aquaviário de Barra do Riacho. Ricardo Pernambuco e Ricardo Pernambuco Junior, dirigentes da Carioca, também foram indiciados.
Eles confessaram os pagamentos de propina e afirmaram que usavam o caixa 2 da empresa para fazer pagamentos em dinheiro, usando o serviço de empresas de Adir Assad, especialista em lavagem de dinheiro. Os quatro são delatores da Lava-Jato e, portanto, as condenações e as penas são as acordadas com o Ministério Pùblico Federal e homologadas pela Justiça.
