Cotidiano

Pesquisa identifica mais de 1.500 novos vírus

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RIO ? Um estudo internacional liderado por pesquisadores australianos e chineses descobriu cerca de 1.500 novos vírus.

Os cientistas procuraram evidências de infecções virais em invertebrados, como insetos e aranhas. Além do achado bem-sucedido, também concluíram que estes organismos existem há milhões de anos.

Novas técnicas de sequenciamento estão ampliando a observação sobre o mundo invisível dos vírus. Em vez do DNA, o modelo do genoma humano, os vírus usam outra cadeia, o RNA. A combinação de seus diversos blocos ? A, C, G e U ? mostra o grande potencial para a descoberta de novos organismos.

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Os pesquisadores coletaram cerca de 220 espécies de invertebrados terrestres e aquáticos na China, extraíram seu RNA e, usando sequenciamento de última geração, decifraram a sequência de 6 trilhões de blocos. Ao fim deste trabalho, chegaram a cerca de 1.500 novas espécies.

? É um estudo extraordinário, a maior descoberta de vírus já realizada ? elogia Elodie Ghedin, pesquisadora da Universidade de Nova York, que não teve envolvimento com o estudo. ? Mostra o que acontece quando você combina uma abordagem ousada e força bruta com a tecnologia certa e um conjunto de olhares.

Mesmo que alguns invertebrados carreguem vírus que podem infectar humanos, como a dengue e o zika, os autores do estudo acreditam que a maioria dos organismos recém-descobertos não provocam um risco significativo.

O levantamento também mostrou que, com o passar do tempo, os vírus trocaram material genético e criaram novas espécies.

Pesquisador da Universidade de Sidney e um dos autores do levantamento, publicado esta semana na revista ?Nature?, Edward Holmes ressaltou que a história das espécies agora é mais conhecida:

? Descobrimos que muitos grupos de vírus que afetam vertebrados, entre eles o homem, são derivados de vírus presentes em invertebrados.

Ainda de acordo com Holmes, os vírus afetam invertebrados há bilhões de anos. Novos estudos, feitos com equipamentos ainda mais modernos, podem apontar outros vírus ainda não conhecidos.