RIO – Um dia depois da divulgação dos resultados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 2015, cuja rede municipal apresentou queda de um décimo na média da nota do segundo segmento (do 6º ao 9º do ensino fundamental) em relação à última pesquisa, em 2013, o candidato Pedro Paulo (PMDB) não soube informar quais escolas apresentaram as piores notas da rede durante sua visita, nesta sexta-feira, a escola municipal Roberto Coelho, em Santa Cruz. A unidade da Zona Oeste recebeu a melhor nota da rede municipal (8,3) no primeiro segmento de avaliação (do 1º até o 5º), junto com a Escola Municipal Friedenreich, no Maracanã, que quase foi demolida pelo governo estadual para ser substituída por equipamentos de apoio à Copa do Mundo e aos Jogos Olímpicos. Ao ser questionado sobre as piores colocadas, o candidato do prefeito Eduardo Paes a sua sucessão ficou desconcertado e contou com a ajuda de assessores:
Eleições Rio 0809? Vamos agora nos dedicar a essas escolas (que apresentaram os piores resultados). Já temos um trabalho de acompanhamento. Como que é o nome? ? perguntou Pedro Paulo, que esqueceu o nome programa “Escolas em Foco”, mas logo foi lembrado pelos assessores.
? Já temos (nas Escolas em Foco) um contingente de escolas que tiveram os piores resultados no ano passado no IDERio (sistema de avaliação da prefeitura). São 600 escolas, né? ? continuou Pedro Paulo, após um dos assessores assentir com a cabeça. ? São 600 escolas de pior resultado onde fazemos um trabalho focalizado nelas para acompanhar como está o reforço escolar, como está a questão dos pais, para essas escola melhorarem ? completou.
Os dados do Ideb de 2015 mostram que a rede municipal alcançou a meta estipulada pelo Instituto Nacional de Estudo e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) no primeiro segmento de avaliação, atingindo a média de 5,6. No entanto, o segundo segmento (do 6º ao 9º ano), caiu um décimo em relação à última pesquisa, em 2013, com média de 4,3, não alcançando a meta do Inep.
Em 2012, durante sua reeleição, o prefeito Eduardo Paes prometeu que a rede municipal alcançaria, ao final de seu mandato, uma nota mínima de 6,0 no Ideb, do 1º ao 5º ano, e de 5,0, do 6º ao 9º ano. Os resultados desta quinta-feira, no entanto, mostram que ambas as promessas não foram cumpridas. A prefeitura foi procurada mas ainda não respondeu por que a metas não foram alcançadas.
A Escola Municipal Getulio Vargas, em Bangu, ficou com a pior nota (4,7) no primeiro segmento. Já no segundo segmento, a Escola Municipal Jornalista Assis Chateaubriand, em Vila Isabel, na entrada do Morro dos Macacos, ficou na última colocação, com a nota 2,0. Na opinião de Pedro Paulo, a violência não afeta os índices de avaliação:
? Vocês deixaram de ir à Vila Aliança, que foi a escola que teve a segunda maior nota, 8,1, numa das áreas mais violentas que temos no Rio. Sabemos que há coisas que tem um efeito positivo geral, como, por exemplo, o ensino integral, o plano de meritocracia, as avaliações, melhorar a capacidade do professor, salários, estrutura. São pontos que a gente sabe que têm um efeito positivo. Mas não é só isso. É um trabalho que temos que fazer focalizado, de escola em escola. A gente pega essas 600 escolas que tiveram piores resultados e entra com um time para ver no que precisam melhorar ? afirmou.
‘VOCÊ FAZ ACONTECER’
A diretora da escola municipal Roberto Coelho, Ana Cristina Grecco, destaca, sorridente, a evolução da unidade no Idep, passando da nota 3,1, em 2007, para 8,3 em 2015. Ela explica que receita do sucesso está num trabalho individualizado que valorize os alunos e que fortaleça a participação dos pais :
? O resultado não é a causa. É uma consequência do nosso trabalho. Os alunos têm aqui a escola como uma grande janela para o mundo. Por meio da escola é que a gente abre novas visões não só em termos de conhecimento básico escolar como também de cultura. A gente investe muito no estímulo motivacional dessas crianças. A gente acredita. Temos até um lema: “Só há educação onde há esperança. Se você acreditar, você faz acontecer”.
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