Cotidiano

Padilha nega crise institucional e diz que Lava-Jato mudou posturas no campo político

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PORTO ALEGRE ? O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, disse nesta sexta-feira que não há crise institucional entre os Poderes, mesmo depois da reação do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) à operação da Polícia Federal na Polícia Legislativa do Senado, na sexta-feira passada. Padilha, que está em Porto Alegre para um palestra na Federação de Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), disse que todos os Poderes estão funcionando “com independência” e disse, aos empresários, que o campo político mudou depois da deflagração da Lava-Jato pela Polícia Federal.

Crise poderes

Padilha disse ainda que o ministro das Relações Exteriores, José Serra, num relatório da Lava-Jato sobre as atuações da Odebrecht foi apenas mencionado e que o governo não pode ser pautado pelas delações.

? Zero. Não tem nenhuma crise institucional. As instituições, os Poderes da República funcionam normalmente, com independência e harmonia. Portanto, não existe crise institucional. Tivemos sim alguma discrepância entre como vai se interpretar determinado fato entre o Legislativo e o Judiciário. Ontem, o Judiciário disse como deveria ser. Ponto. A crise entre uma opinião de uma pessoa e outra não pode dizer que é uma crise institucional. As instituições estão perfeitamente funcionando, com independência e harmonia ? disse Padilha.

Neste momento, falou sobre a Lava-Jato e disse que a PF, apesar de ser ligada ao Ministério da Justiça, “funciona com autonomia e perfeitamente?.

? A pauta do governo não pode ser a pauta das delações. O Ministério Público está funcionando perfeitamente, a Polícia Federal funciona com autonomia e perfeitamente. Tivemos uma mudança de postura no campo político (com a Lava-Jato), que vai ser para sempre no Brasil. Os três Poderes, o MP funcionando na plenitude vamos, sim, construir um novo Brasil ? disse Padilha.

No caso específico de Serra, Padilha disse que o presidente Michel Temer é que falará ou não sobre o assunto, mas disse ser apenas uma menção. E, num ato falho, chamou Temer de Fernando, numa referência ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso

? Quem vai falar sobre a posição do governo é o presidente Fernando, presidente Temer. A pauta do governo não pode ser a pauta das delações. Temos que cuidar da crise fiscal. No devido tempo, se for o caso, quem for mencionado, se por ventura vier a ser chamado pela Justiça, caberá a cada um exercitar seu direito de defesa. Por enquanto, não podemos sair falando sobre algo que ainda não existe ? disse Padilha.

GREVE DOS SERVIDORES

Padilha disse ainda que o governo vai cumprir o que o Supremo Tribunal Federal (STF) falou sobre o corte de ponto dos servidores que fizerem greve.

? Quem interpretou a greve do funcionalismo foi o STF. Ele disse que quem quiser greve pode fazer, mas saiba que terá os dias descontados nos salários ? disse Padilha.

ELEIÇÃO EM PORTO ALEGRE

Padilha disse que o governo Temer tem dois candidatos da base aliada em Porto Alegre: Nelson Marchezan (PSDB) e Sebastião Melo (PMDB). Ele não quis comentar o fato de Marchezan ter votado a favor da PEC 241, como deputado federal, enquanto o peemedebista Melo vem criticando com mais ênfase a proposta.

? Temos dois candidatos da base. O governo está longe e não opina ? desconversou Padilha.