Cotidiano

Padilha envia Whatsapp a ministros para evitar racha nas eleições

201606131742510341.jpgBRASÍLIA ? Por orientação do presidente interino, Michel Temer, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, enviou, na manhã deste sábado, mensagem de texto aos colegas da Esplanada com regras sobre a participação nas campanhas eleitorais de outubro. A determinação é que os ministros não façam campanhas onde haja disputa dentro da base. Até o presidente Temer se manterá afastado das campanhas, inclusive em São Paulo, onde a candidata do PMDB é a senadora Marta Suplicy, com Andrea Matarazzo (PSD) de vice.

Padilha, no texto, diz que os ministros devem evitar qualquer ato de leve a “dissidências” na base. A Interlocutores, Padilha tem dito que o governo não vai participar da campanha “para não haver racha na base”.

A orientação é que os colegas possam participar das convenções, mas, depois, deve ocorrer um “acordo de procedimentos” entre os colegas nas cidades onde a base esteja com mais de um candidato. O acordo tem que ter a chancela de deputados e senadores e ainda ser remetido ao ministro da Secretaria Geral da República, de Geddel Vieira Lima, para que o Palácio do Planalto acompanhe a situação.

Padilha já vinha avisando os colegas desta orientação. Mas ontem ele agilizou o processo porque alguns ministros procuraram a Casa Civil para avisar que participariam neste final de semana de convenções. O texto foi enviado no começo da manhã deste sábado e começa com “Companheiros ministros”.

A linha dura deve prevalecer nas capitais e maiores cidades. Mas dificilmente os ministros políticos deixarão de visitar suas bases no interior, de onde recebem seus votos para deputados e senadores. O ministro do Desenvolvimento Social e Agrário, Osmar Terra, do PMDB gaúcho, disse que respeitará acordos feitos no pleito de Porto Alegre, mas não abrirá mão de ir a sua base no interior.

? A minha base, de 21 municípios pequenos, não vai mudar a correlação de forças políticas no Brasil. Os meus candidatos, eu tenho que pedir votos para eles ? afirmou Terra.

O presidente interino não deve se envolver diretamente na campanha para São Paulo. Neste sábado, ele não irá à convenção do seu partido no estado, que lançará Marta Suplicy candidata a prefeita. Uma participação incisiva no pleito geraria conflitos com o PRB, de Celso Russomano, e com o PSDB, de João Dória.

Na última quinta-feira, O GLOBO mostrou que o Planalto dividiu os ministros em três grupos, para orientar o papel deles nas campanhas. Os mais próximos a Temer, que cuidam da articulação política, como Eliseu Padilha (Casa Civil), e Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo), deverão evitar palaques eleitorais. Já os ministros peemedebistas de áreas temáticas, como Hélder Barbalho (Integração Nacional), e Leonardo Picciani (Esporte), por exemplo, devem evitar bolas divididas, mas não serão vetados de atuar nas corridas eleitorais. Já quanto aos ministros de partidos da base, o Planalto não dará nenhum tipo de orientação ou censurar que trabalhem por seus candidatos.

? A orientação de Temer é de não participar de campanha de rua onde houver conflitos ? disse um integrante do Planalto.