Cotidiano

Oposição sul-coreana apresenta moção de impeachment contra presidente

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SEUL ? Os três partidos da oposição sul-coreana apresentaram neste sábado uma moção de destituição que será submetida a uma votação na próxima semana contra a presidente sul-coreana Park Geung-Hye, em mais um dia de protestos pela sua saída do governo. Ela é acusada de corrupção após ter se envolvido em um escândalo por tráfico de influência, que provocou uma onde de grandes protestos no país. Sob forte pressão popular, ela aceitou deixar o governo e pediu que o Parlametno decidisse o seu destino.

A moção apresentada no Parlamento acusa a presidente de ter violado a Constituição. E o texto já recebeu o apoio de 171 dos 300 legisladores da Assembleia Nacional, segundo a agência Yonhap. A votação está prevista para a próxima sexta-feira, 09 de dezembro.

Para ser adotada, a moção de destituição deve ser aprovada por dois terços dos deputados. Ou seja, a oposição precisa do apoio de 30 membros do partido conservador Saenuri, ao qual Park pertence, para passar o texto.

A história envolvendo Park tem como pivô a sua amiga e ex-confidente, Choi Soon-Sil, detida por ter utilizado sua relação com a presidente para extorquir as grandes empresas sul-coreanas. A presidente é suspeita de conivência pelos promotores que investigam o caso.

Desde que o escândalo explodiu, a cada sábado são organizadas grandes manifestações em todo o país com pedidos de renúncia da presidente. Neste sábado, há de novo centenas de milhares de pessoas nas ruas de Seul, na sexta semana consecutiva de manifestações.

Park disse estar disposta a abandonar o cargo antes do fim do mandato, em 2018, e disse que deixava seu destino nas mãos do Parlamento. Para a oposição, trata-se de uma manobra dilatória destinada a evitar uma destituição humilhante.

Há alguns dias, a presidente Park pediu desculpas pelo caso Choim, mas havia descartado a possibilidade de renunciar ao mandato. Na Coreia do Sul, um presidente em exercício não pode ser processado por uma questão penal, exceto no caso de traição ou insurreição. Mas a imunidade presidencial acaba ao final do mandato.