Cotidiano

O retrocesso com Trump

Mais que surpreendente – porque havia esta possibilidade -, é preocupante para o mundo a vitória de Donald Trump. Até agora, o avanço de grupos políticos nacional-populistas, xenófobos, anti-imigrantes e outras características típicas de movimentos reacionários contra a globalização parecia que poderia ficar restrito à parte da Europa, incluindo a Rússia de Putin.

Trump desfez esta esperança. O americano branco, de média ou baixa qualificação, de preocupações limitadas ao seu emprego, ao bairro e à família, foi convencido por Trump de que o inimigo são os outros: países, estrangeiros etc. A mensagem trumpista não é diferente do discurso dos políticos europeus que avançam em eleições regionais.

Com a diferença de que na Europa há a memória de que discurso do mesmo padrão produziu uma catástrofe em escala mundial nas décadas de 30 e 40 do século passado. Lembrança que talvez possa servir de algum contrapeso em eleições mais decisivas. A ver.

Será preciso, seja como for, muita atenção das lideranças políticas, em todo o planeta, com o reforço que as forças do atraso, contrárias à integração entre as sociedades e economias, passam a ter com Donald Trump na Casa Branca. Para combatê-las de maneira eficiente, é necessário aprender com a derrota democrata.