ROMA – O número de imigrantes que chegaram à Itália por barco vindos do norte da África este ano já superou um recorde anterior, dois anos atrás, segundo dados oficiais, à medida que cresce a pressão sobre os sistemas de refúgio e asilo italianos
A Itália tem suportado o peso dos recém-chegados desde a implementação, em março, de um acordo entre a União Europeia e a Turquia para conter o fluxo de migrantes que navegam para a Grécia.
Até 28 de novembro, 171.299 imigrantes de barco chegaram às costas da Itália, disse o Ministério do Interior, em comparação com o recorde anterior de 170.100 para todo o ano de 2014. No ano passado, cerca de 154 mil imigrantes passaram pela rota mortal central do Mediterrâneo, elevando o número de chegadas para quase meio milhão em três anos.
Mais de 176.000 refugiados agora vivem em abrigos italianos, e há um número recorde de pedidos de asilo este ano. Isso está colocando o processo de asilo do país e o sistema legal sob pressão crescente.
Embora houvesse esperança de que um governo formado em Trípoli em março ajudasse a impedir o contrabando de pessoas, isso não aconteceu. A Líbia continua a ser terreno fértil para os traficantes enquanto milícias locais e um governo rival em Tobruk competem pelo poder.
A maioria dos migrantes que veio para a Itália este ano são africanos de várias nacionalidades. Cerca de 36 mil nigerianos fizeram a viagem, cerca de 21% do total, juntamente com 20 mil eritreus e mais de 12 mil da Guiné.
Estima-se que 4.663 migrantes morreram no Mediterrâneo este ano, uma vez que um número recorde de menores não acompanhados vieram para a Itália. Até o final de outubro, quase 23 mil menores não acompanhados, na maioria adolescentes, haviam chegado, contra 13 mil durante todo o ano de 2014.
Durante os meses de inverno mais tempestuosos, as chegadas no passado caíram, mas equipes de resgate estão preocupadas este ano que não haverá barcos suficientes para irem em seu auxílio.
