RIO ? Nove dias depois de o Batalhão de Choque ter retirado à força o grupo de estudantes do interior do prédio da Secretaria estadual de Educação, no Santo Cristo, na região central do Rio, estudantes da rede pública voltaram a ocupar o espaço. Desde o fim da manhã desta segunda-feira, cerca de 50 alunos de 11 escolas permanecem no espaço, de acordo com participantes do ato. O grupo reivindica uma encontro com o governador em exercício Francisco Dornelles.
Durante a madrugada desta terça-feira, além dos alunos no interior do prédio, professores e apoiadores do movimento permaneciam do lado de fora da secretaria. Policiais militares também estavam no local. O clima era pacífico.
? A gente veio com o intuito concretizar as pautas gerais e discutir pautas específicas de cada escola. O subsecretário estava no prédio, mas não nos recebeu. Em seguida ele saiu com escolta policial e então a gente decidiu ocupar a secretaria ? disse um aluno do Colégio estadual Prefeito Mendes de Moraes, na Ilha do Governador, que participa da ocupação da Seeduc.
Em um dos portões do prédio, além de uma faixa que estampa a mensagem “Ocupa Seeduc”, cartazes foram fixados com dizeres como “Tá ocupado, tá tudo ocupado” e “chega de descaso com a educação”.
Ao Jornal Extra, um dos diretores do Sindicato dos Profissionais de Educação (SEPE), Ricardo Pereira, disse que a ocupação é legítima. Além disso, ele afirmou que o governo não vem atendendo as reivindicações dos profissionais.
O GLOBO entrou em contato com a Secretaria estadual de Educação e aguarda um posicionamento da pasta sobre o assunto. 
TUMULTO EM DESOCUPAÇÃO
Na madrugada do dia 21 de maio, policiais do Batalhão de Choque tiraram à força os estudantes que estavam no mesmo prédio. Houve bastante tumulto durante a ação que ocorreu pouco depois das 4h daquele dia. Na ocasião, ao menos dois adolescentes desmaiaram. A sede da secretaria, na ocasião, havia sido ocupada na tarde do dia anterior.
Ainda naquele dia, momentos antes da desocupação, os policiais disseram aos alunos que deixassem a secretaria. Professores e apoiadores do movimento que estavam do lado de fora chegaram a fazer uma corrente humana para impedir a entrada da polícia. O bloqueio foi desfeito pelos PMs e o portão da instituição foi aberto com uma espécie de marreta. Com isso, teve início o tumulto.
