Cotidiano

Na Venezuela, audiência de apelação de López é adiada pela segunda vez

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CARACAS ? Pela segunda vez, a audiência de apelação do opositor venezuelano Leopoldo López foi adiada. Em setembro de 2014, ele foi condenado a quase 14 anos de prisão sob as acusação de incitação à violência em protestos contra o presidente Nicolás Maduro. A oposição chamou a decisão de suspender a sessão agendada para esta quinta-feira uma ?retaliação política? do governo do país. venezuela0707

? Não houve direito, o que há é uma retaliação política ? afirmou o presidente da Assembleia Nacional, Henry Ramos Allup, ao anunciar o adiamento à imprensa. Atualmente, a maioria dos assentos do Parlamento são ocupados por opositores de Maduro. ? O caso de Leopoldo se converteu no julgamento mais emblemático dentro e fora do país porque se lesionou gravemente o princípio de administração da Justiça.

Allup não informou se foi fixada uma nova data para a audiência. A primeira data havia sido marcada para 20 de junho, mas a sessão não foi realizada porque uma das juízas do caso estaria com problemas de saúde. Os representantes legais do líder opositor pediram na última segunda-feira que a audiência de apelação fosse pública.

Desta vez, no entanto, a família de López denunciou na quarta-feira o violento confisco dos seus documentos na prisão. Segundo a mãe do preso político, Antonieta Mendoza, vários homens encapuzados fortemente armados entraram na sua cela durante a noite e levaram os papéis necessários à sua audiência de apelação.

? Foi um confisco extremamente agressivo e violento ? disse Antonieta à imprensa. ? Eles apontaram para Leopoldo na cara. O mais grave é que roubaram suas notas de defesa, com as quais trabalha para a audiência.

O advogado de López, Gustavo Velásquez, disse que o confisco é mais uma irregularidade em um processo judicial ?cheio de vícios? ? o que, argumenta, justificaria a sua anulação. Alguns meses atrás, a defesa do líder opositor relatou um episódio semelhante na prisão de Ramo Verde, onde López cumpre pena.

Hoje com 45 anos, López foi sentenciado em setembro de 2014 pelas acusações de incitação à violência em protestos contra o governo de Nicolás Maduro, que ocorreram entre fevereiro e maio do mesmo ano. As manifestações deixaram 43 venezuelanos mortos.