Cotidiano

MST diz que entra na luta contra corrupção

Área invadida na madrugada de ontem pertenceria aos irmãos Licínio e Sérgio Oliveira Machado

Santa Terezinha – Líderes do MST afirmaram ontem que o Movimento Sem-Terra também entrou na luta contra a corrupção. A estratégia de protesto do MST é diferente da convencional, que usa faixas, camisas verde e amarela e a força dos pulmões para pedir respeito às leis e às instituições. A forma que o MST encontrou de mostrar a sua indignação é a de sempre, invadindo áreas de terceiros.

Em São Miguel na madrugada de ontem, 4,5 mil pessoas, segundo o MST, entraram na Fazenda Santa Maria, em Santa Terezinha de Itaipu. A área pertence aos irmãos Licínio de Oliveira Machado Filho, presidente da Etesco, e a Sérgio Luiz Cabral de Oliveira Machado, ex-presidente da Transpetro, ambos envolvidos no desvio de dinheiro público na Petrobras. Licínio foi delatado como o homem que indicou Renato Duque para diretor de Serviços da Petrobrás. Com a indicação a Etesco passou a ter uma participação maior nos contratos da Petrobrás e pagar propina para o lobista Fernando Moura.

A Fazenda Santa Maria tem uma área total de 1.750 hectares, desses, 500 hectares de reserva legal e mata ciliar, 300 hectares de agricultura e 900 hectares de pastagem para gado de corte. A fazenda possui uma Reserva Particular do Patrimônio Natural de 242 hectares que faz parte do Corredor da Biodiversidade Santa Maria. O MST reivindica que a área seja destinada para a reforma agrária. No Paraná, são mais de 12 mil sem-terra acampados em 80 áreas em diversos municípios.