Cotidiano

MPF desiste de ouvir três testemunhas em ação contra Palocci

SÃO PAULO. O Ministério Público Federal (MPF) abriu mão de ouvir três testemunhas de empreiteiras alvo da Lava-Jato em audiência, na tarde desta quarta-feira, na ação penal em que o ex-ministro Antônio Palocci, além do empreiteiro Marcelo Odebrecht, respondem por corrupção e lavagem de dinheiro no escândalo da Petrobras.

Dentre as testemunhas da Odebrecht, estavam Marco Pereira de Souza Billinski e Luiz Augusto França. Ambos movimentavam contas de offshores no exterior e eram sócios de uma empresa ligada ao departamento de propina da empreiteira. Além deles dois, Walmir Pereira Santana, ex-diretor da UTC, também não foi ouvido pelos procuradores.

Em depoimento como testemunhas da acusação, o empreiteiro Ricardo Pessoa, que comanda o grupo UTC, e Vinicius Borin, apontado como operador de pagamentos de offshores, não foram questionados pelo MPF e pelo juiz Sergio Moro sobre se o codinome “italiano” dizia mesmo respeito ao ex-ministro Palocci para o recebimento de propinas.

PESSOA CITA PAGAMENTOS AO PT

Pessoa afirmou que nunca tratou de pagamento de propina com Palocci e nem com o ex-assessor do ex-ministro, Branislav Kontic. Contudo, ele confirmou repasses para o PT por meio de João Vaccari e também aos ex-diretores da estatal Paulo Roberto Costa e Renato Duque. Este último, segundo Pessoa, recebeu o dinheiro por meio do então gerente da estatal Pedro Barusco, que também já fez acordo de delação com o MPF.

? O interlocutor do PT sempre foi o Vacari, sempre. Era uma prática normal do Vaccari cobrar. qualquer contrato quechegasse ele já estaria nos abordando pq ele recebia as informações e isso acontecia automaticamente – disse Pessoa.

Segundo o empreiteiro, Vaccari chegou a solicitar pagamento de propina nas obras da estatal Sete Brasil, no estaleiro Paraguaçu, em Maragojipe, na Bahia. As intervenções eram tocadas por um consórcio formado por Odebrecht, OAS e UTC. Ele disse ainda que sempre que havia um contrato novo entre a empreiteira e a Petrobras, Vaccari entrava em contato solicitando pagamento de propina: