Cotidiano

Mortes no Haiti com furacão Matthew chegam a 1000

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PORTO PRÍNCIPE – O número de pessoas mortas no Haiti com a passagem do furacão Matthew chegou a 1000 neste domingo, conforme o país continua batalhando contra o cólera e as autoridades recorrem a valas comuns para enterrar mortos.

O potente furacão, o mais feroz no Caribe em quase uma década, atingiu o Haiti na última terça-feira com ventos de 230 km/h e chuvas torrenciais.

A nova contagem é resultado de um levantamento da Reuters com autoridades locais do país mais pobre das Américas.

Mesmo em meio à devastação, os haitianos dedicaram o domingo a orações em igrejas praticamente destruídas.

Elisa Pierre, com idade perto dos 80 anos, classificou como um “milagre divino” sua sobrevivência e a de familiares.

? Se Deus não estivesse nos protegendo, todos já teríamos ido embora, soprados para o oceano ou para o alto das montanhas ? afirmou Pierre.

O som do martelar pôde ser escutado pelas ruas da cidade de Jeremie, conforme os moradores tentavam consertar seus telhados. Em uma esquina, Jameson Pierre, de 22 anos, estava fazendo blocos de cimento. Com a família refugiada em um abrigo de emergência, Pierre viu ao menos um lado bom no desastre.

? Haverá muitos e muitos trabalhos já que tantas casas foram destruídas. Venho trabalhando numa sequência de três dias ? contou.

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Os primeiros três de cinco aviões de carga com ajuda humanitária dos Estados Unidos chegaram no aeroporto da capital de Porto Príncipe. Eles aterrissaram com 480 toneladas de suprimentos de emergência, como kits de higiene, utensílios para cozinha e cobertores. No entanto, muitas das cidades e vilarejos no sudoeste do país são de difícil acesso.

Autoridades haitianas estimam que pelo menos 350 mil pessoas necessitam assistência, e há a preocupação crescente com a expansão do cólera com as cheias provocadas pelo Matthew. No país, desde 2010, cerca de 10 mil pessoas morreram e outras 800 mil adoeceram por conta da enfermidade.