Cotidiano

Moradores do Gralha Azul pedem identificação de ruas

O que era para ser o sonho da casa própria logo se revelou um pesadelo

Ruas sem identificação isolam moradores do Gralha Azul - Foto: Aílton Santos
Ruas sem identificação isolam moradores do Gralha Azul - Foto: Aílton Santos

O Loteamento Gralha Azul foi entregue aos moradores no dia 31 de maio de 2017. O que era para ser o sonho da casa própria logo se revelou um pesadelo. Dentre os problemas, um deles é a falta de placas toponímicas – aquelas que indicam os nomes das ruas. São 13 ruas que formam o conjunto localizado no Bairro Interlagos. Nenhuma tem identificação. E, sem ela, quem mora ali não consegue receber correspondência nem mesmo acionar tele-entrega, pois os entregadores não conseguem chegar ao destino.

Daiane Aparecida de Quadros mora no conjunto e revela que, quando precisa usar serviços de entrega, precisa ficar em frente à casa para acenar ao entregador. Nem mesmo a polícia consegue se localizar: “Há algumas semanas invadiram a minha casa à tarde e eu tive que ficar lá na frente, com os invasores, esperando a polícia chegar”, conta, indignada.

Se para os moradores é um problema, imagine para quem faz entrega. As voltas são inevitáveis. Cristian Fabian França trabalha como entregador de pizza e diz que, além do Gralha Azul, outras regiões têm esse mesmo problema. “Principalmente na região da FAG e do Santo Inácio [zona oeste], nenhuma rua é emplacada. Então a gente liga para o cliente ou usa o GPS do celular. Se dependêssemos de placas, as pizzas iriam voltar”.

De acordo com os moradores, somente as contas de luz e água são entregues nas residências, pois são emitidas na hora da medição.

Dois anos de espera

A moradora Salete Moraes dos Santos conta que pede ajuda da prefeitura desde a entrega do conjunto: “Nós fizemos vários pedidos, protocolos, ligamos para a Ouvidoria 156, e a resposta é sempre a mesma: de que estão sendo feitas licitações”.

Os protocolos já tiveram vários destinatários, entre eles a Cettrans e a Secretaria de Serviços e Obras Públicas. O último, inclusive, foi direcionado à Secretaria de Obras, e data de 25 de setembro de 2018. De acordo com a moradora, até hoje não teve resposta.

Inconformada com a situação, Daiane cita que o conjunto Residencial Riviera foi entregue pouco tempo depois, no dia 21 de setembro de 2017, mas sem esses problemas. “Nós estamos abandonados. Colocaram-nos em um miolo”, lamenta.

Tentando resolver a situação

O diretor de planejamento e pesquisa do IPC (Instituto de Planejamento de Cascavel), Adir Tormes, informou que o conjunto Gralha Azul foi entregue sem as placas porque havia um contrato entre o instituto e a empresa Shempo – responsável por emplacar as ruas -, porém o contrato se encerrou antes da entrega do loteamento.

Adir disse que o IPC está tentando resolver o problema: “Nós fizemos um projeto com orçamento e já o enviamos para a Cohavel [Companhia de Habitação de Cascavel] fazer o processo de licitação. Acredito que ainda esse mês saia o edital”.

O presidente da Cohavel, Nei Haveroth, explicou que a companhia ainda está fazendo orçamentos. “São poucas empresas que trabalham com esse tipo de material e com as especificidades que têm essas placas. Faz tempo que o Município não licita isso, então temos pouca referência do material. Acredito que até o fim do mês de maio a gente consiga essa licitação”.