MILÃO – O surgimento inesperado de palmeiras na Praça do Duomo, símbolo principal de Milão, está irritando os moradores da metrópole italiana. Políticos e até turistas criticaram o contraste criado pelas árvores diante da catedral gótica construída desde o século XIV e da luxuosa galeria Vittorio Emanuele II. Opositores da prefeitura chegaram a acusar o prefeito Giuseppe Sala de “africanizar e islamizar” a praça.
As palmeiras foram instaladas em parceria com uma rede de vendas de café, num projeto para atualizar constantemente os espaços verdes da cidade. Mas muitas críticas surgiram na internet: memes com camelos, comparações com a cidade de Miami e piadas com a falta de harmonia com a chegada das palmeiras fizeram sucesso nas redes.
Paisagistas e urbanistas ouvidos pelo jornal “La Repubblica” chamaram o projeto de brega e insensato. Mas, para políticos da direita local, a “cena desértica” criada pelas palmeiras poderia dar margem à colocação de adornos islâmicos no Duomo.
? Sala completou a africanização da cidade: depois de aceitar a invasão de imgirantes e de clandestinos, agora coloca em nossa praça principal as árvores de suas terras. Assim, se sentem em seu local de origem ? atacou o ex-vice-prefeito Riccardo de Corato, do partido de direita Irmãos da Itália.
O governador da Lombardia, região do Norte onde fica a cidade, criticou a instalação, mas lembrou que já houve palmeiras no local no século XIX. Sala, por sua vez, disse que tem sido atacado toda hora em seu perfil no Instagram, com pedidos pelo fim das palmeiras.
? Estamos investindo ?200 milhões para renovar escolas. Poderíamos anunciar com um cartaz enorme na Praça do Duomo para comunicar a todos. Mas temas importantes como as escolas passam reto, enquanto o tema das palmeiras continua ? desabafou.
