Cotidiano

Ministro da Educação diz que deve aprovar neste ano proposta de reforma do ensino médio

SÃO PAULO- O ministro da Educação Mendonça Filho disse nesta quinta-feira que o governo deve aprovar ainda neste ano o projeto que propõe a reforma do ensino médio. Ele afirmou que caso a medida não saia via projeto de lei por causa da agenda do Congresso, o governo partirá para uma medida provisória. educ

– Temos receio de que no momento em que discute medidas tão significativas no campo econômico a gente venha a secundarizar um tema tão relevante como a reforma do ensino médio. Se percebermos que a reforma não poderá sair via projeto de lei nós vamos partir para uma medida provisória. Essa é a decisão que defendi junto ao presidente e ele recebeu positivamente – afirmou Mendonça Filho após participar da abertura de um seminário de educação em São Paulo.

Em linhas gerais, a reforma deve contemplar, segundo o ministro, o enxugamento do currículo, que hoje conta com treze matérias obrigatórias e a flexibilização de disciplinas para que o aluno já comece a direcionar sua carreira.

– Não faz sentido que um jovem que quer ingressar em um curso ligado a um curso de humanas tenha a mesma base curricular daquele jovem que vai para as ciências exatas.

É um consenso bastante expressivo dentro dos especialistas e algo que pretendemos alcançar – defendeu o ministro.

A reforma também propõe uma maior conexão entre a educação de ensino médio e a técnica. Relatório “Education at a Glance 2016”, divulgado nesta quinta-feira pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) mostrou que o Brasil está entre os países com menor índice de matrículas no médio profissionalizante.

– Hoje temos isso de forma absolutamente segregada. Temos que aproximar mais para oferecer essa oportunidade para os jovens e tornar a escola mais atrativa até porque o formato da educação média no Brasil que vem do século passado onde as tecnologias não existiam. Se fizermos um comparativo com as principais nações do mundo, Europa, Estados Unidos e até na Ásia vamos verificar facilmente que o Brasil está muito distante dessa realidade.

Mendonça Filho também comentou um outro ponto da pesquisa divulgada pela OCDE que mostra que professores de ensino fundamental ganham mal, mas do superior ganham muito bem, com remuneração superior a países nórdicos. Ele destacou que a política de remuneração é importante e que, embora diga respeito a governos e municípios, o MEC continuará estimulando a valorização.

– Acho que é um tema importante, remuneração é algo que contribui para atratividade de bons profissionais. O Brasil, infelizmente, ao longo da história não tem garantido a necessária atratividade para a missão de ensinar. O MEC atuará sempre na direção do fortalecimento dessa base.

Durante a abertura do seminário, quando discursava sobre o aumento do orçamento da educação nos últimos anos, Mendonça Filho foi questionado aos gritos por um membro da plateia sobre cortes na educação. O ministro parou sua fala e pediu para o homem tivesse “paciência para me ouvir democraticamente”. Posteriormente, em coletiva à imprensa negou os cortes na pasta.

– É importante destacar que não houve redução do orçamento do Ministério da Educação ao contrário do que foi propagado. A gente tem um orçamento para 2017 que é maior do que deste ano em 7% por cento.