Cotidiano

Merkel e Hollande se reúnem em centenário de uma das maiores batalhas da 1ª Guerra

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VERDUN – A chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente da França, François Hollande, celebraram juntos o centenário da Batalha de Verdun, uma das mais importantes da 1ª Guerra Mundial, neste domingo.

Os dois líderes deixaram uma coroa de flores num cemitério próximo ao campo de batalha, no nordeste da França, onde cerca de 300 mil soldados de ambos os lados morreram.

A Batalha de Verdun foi uma das mais longas do conflito, durando mais de 300 dias, entre fevereiro e dezembro de 1916, com o pico dos combates em maio. As tropas francesas contiveram a ofensiva alemã e contra atacaram, com pesadas perdas, num exemplo clássico da guerra de trincheiras.

A homenagem no aniversário hoje é um símbolo do relacionamento próximo entre os dois países, mas só se tornou conjunta a partir de de 1984. A imagem dos então presidente francês, François Mitterand, e chanceler alemão, Helmut Kohl, apertando as mãos se tornou um símbolo da reaproximação após três guerras em 70 anos.

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As comemorações deste domingo foram na chuva, com Hollande segurando um guarda-chuva para si e Merkel enquanto caminhavam para o cemitério.

Em 1984, a tentativa de por fim a hostilidade e desconfiança residual ocorreu num contexto maior da aproximação europeia: foi naquele ano que o Parlamento Europeu aprovou o tratado da criação da União Europeia, e a França e a Alemanha assinaram um acordo de abolição gradual das fronteiras.

Em 2016, no entanto, algumas dessas fundações parecem estar ameaçadas. O referendo da Grã-Bretanha sobre a adesão à UE, que será realizado em junho, um aumento de ataques de militantes islâmicos, a maior crise migracional desde a 2ª Guerra Mundial e uma lenta recuperação econômica tem deixado as relações do bloco tensas e levanta a perspectiva de uma ruptura europeia catastrófica.

Em seu podcast semanal, Merkel disse que as relações da Alemanha com a França se mantém fortes mesmo quando os países têm opiniões divergentes, e que a Europa teria de se adaptar.

“A Europa tem problemas, mas a Europa também conseguiu fazer muita coisa e já percorreu um longo caminho. Em um mundo de desafios globais , é importante desenvolver a Europa ainda mais e para avançar com as mudanças que são necessárias”, disse ela.