Cotidiano

Lava-Jato em Curitiba deseja que Cármen Lúcia homologue delação da Odebrecht

SÃO PAULO. Procuradores da Lava-Jato em Curitiba e o juiz da 13ª Vara Federal em Curitiba, Sérgio Moro, relataram a pessoas próximas à investigação que o melhor cenário para o avanço da operação é a homologação das delações da Odebrecht por parte da presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia ainda neste mês, antes do fim do recesso do Judiciário.

A torcida está relacionada a inquéritos e processos da Lava-Jato que atualmente tramitam sob sigilo em Curitiba, cujo avanço depende da homologação dos 77 depoimentos de executivos da Odebrecht que decidiram colaborar com as investigações.

Além de utilizar informações dos depoimentos nos processos, a Lava-Jato deve abrir novas frentes de apuração.

Os procuradores do MPF lembram que a homologação tem como objetivo garantir que colaboradores não tenham sido coagidos e que seus depoimentos tenham ocorrido em conformidade com a lei.

O processo já estava avançado e praticamente acertado com Teori, que antes de morrer designou quem seriam os juízes auxiliares a operacionalizar este processo.

A análise sobre o mérito dos depoimentos ? e a abertura de eventuais investigações sobre pessoas com foro privilegiado no Supremo ? só ocorrerá em um segundo momento, com a designação de um novo relator e de forma independente da atuação da Lava-Jato em Curitiba.

URGÊNCIA

Nesta segunda-feira, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentou ao STF um pedido de urgência para apressar a avaliação da delação premiada dos executivos.

O assunto foi tratado durante a visita a Cármen Lúcia. Se a ministra concordar, a homologação das delações poderá ocorrer em breve.

A assessoria da força-tarefa do MPF e do juiz Sérgio Moro informaram nesta quarta ao GLOBO que não comentam o assunto.