Cotidiano

?Independence Day?: extraterrestres derrotados voltam 20 anos depois

LOS ANGELES ? Em 1994, Roland Emmerich viu o surpreendente sucesso de ?Stargate? ser seguido de um leilão por seu passe nos principais estúdios de Hollywood. Para seu primeiro filme de orçamento robusto, ele tinha uma ideia fixa: com o fim da Guerra Fria e do Muro de Berlim, imaginava um planeta unido em torno de uma ameaça comum, extraterrestre. Depois de muitas idas e vindas, ?Independence Day? foi lançado em 1996 e se tornou, com Will Smith à frente, o segundo filme de maior bilheteria até então do cinema americano.

A partir de hoje, chega aos cinemas ?Independence Day: o ressurgimento?, sem o agora superstar Smith, mas com uma nova geração de personagens, encarnados por, entre outros, Liam Hemsworth, Charlotte Gainsbourg e Maika Monroe, em uma sequência tão aguardada quanto temida pelos fãs do mix de cinema catástrofe e ficção-científica, marca registrada do diretor alemão de 60 anos, responsável por títulos como ?Godzilla? (1998).

? Sempre fui contra sequências, mas hoje em Hollywood você precisa ter sua franquia ou ninguém te dá dinheiro. Quando filmava ?2012? (2009), comecei a pensar seriamente em como seria ?Independence? se eu contasse, em 1996, com as possibilidades tecnológicas de hoje. O filme se passa 20 anos depois do primeiro, em um mundo paralelo, onde não ocorreram os ataques de 11 de Setembro e não se fala em fundamentalismo islâmico ? diz Emmerich, antes de revelar ter vergonha de certas sequências da obra original, ?especialmente por conta dos efeitos especiais?, que renderam ao longa um Oscar, segundo ele, não merecido: ? ?Twister? deveria ter vencido.

Nesta semana, o diretor anunciou que seu próximo projeto é um retorno a ?Stargate?, um reboot do original. Já o segundo capítulo de ?Independence Day? ? um terceiro tomo já está engatilhado ? é centrado no retorno à Terra dos extraterrestres derrotados no primeiro filme e na revelação de que a invasão faz parte de um complexo conflito intergaláctico.

O Steven Hiller de Smith, descobre-se, morreu em um acidente, 11 anos após os eventos do primeiro filme. A ausência do ator, cujo cachê comprometeria o orçamento do filme, dá ainda mais combustível ao questionamento: 20 anos depois, imagens como a do assustador eclipse da Estátua da Liberdade ainda impressionam? Emmerich aposta que sim:

? Muita coisa mudou, o antiamericanismo cresceu na Era Bush, e meu olhar se voltou para outros cantos do planeta. Esse é um filme definitivamente mais internacional, bem menos ?americocêntrico? do que o primeiro, ultrapassando os limites do título original, mas centrado, de novo, na luta contra o inimigo comum.

* Eduardo Graça viajou a convite da Fox