Cotidiano

Inca cria 1º ambulatório de sexualidade para quem tem câncer ginecológico

DSC_2769.jpgRIO ? O Instituto Nacional de Câncer (Inca) inaugurou o primeiro ambulatório de sexualidade do Brasil para pacientes com câncer ginecológico. O espaço, construído dentro do Hospital do Câncer II (HC II), no bairro do Santo Cristo, no Rio de Janeiro, será dedicado ao atendimento de mulheres que sofrem de câncer de colo do útero ? o terceiro mais comum na população feminina ?, câncer ovário, de vagina e de vulva, por exemplo. A inauguração foi nesta quinta-feira, 5 de janeiro.

O tratamento para essas doenças pode impactar a sexualidade das pacientes e, por isso, a equipe do ambulatório será formada por enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos e psiquiatras. Eles orientações sobre quais limitações cada mulher terá ? de acordo com o tipo de tratamento ao qual cada uma for submetida ? e sobre como essas mulheres podem adequar sua prática sexual a essas limitações.

? O câncer em si afeta a sexualidade, pode trazer prejuízos para a autoestima, qualidade de vida, relacionamento com o parceiro ou parceira, dor durante a relação sexual e diminuição do desejo ? destaca a enfermeira Letícia Farinha Silva, que faz parte da equipe. ? O que queremos é orientar cada mulher de acordo com a demanda que ela trouxer a respeito.

A enfermeira Carmen Lúcia de Paula, que atua há dez anos no Inca, está acostumada a ouvir dúvidas e receios de mulheres em tratamento de cânceres ginecológicos. Segundo ela, esta é uma “demanda permanente”, desde o momento em que a mulher recebe o diagnóstico.

? A mulher precisa de tempo, atenção e oportunidade para tratar de assuntos como a sexualidade e encontrar proteção, atendimento integral, profissionais que a enxergam como um todo, dentro do Sistema de Saúde. É muito importante ir além do tratamento da doença, compreender a mulher e cuidar dela de modo integral ? pontua Carmen.

O ambulatório funcionará em uma sala exclusiva no HC II, sempre às quintas-feiras, das 8h às 17h. As pacientes poderão ir às consultas acompanhadas de seus parceiros, familiares ou amigos. Pelo menos por enquanto, o atendimento será feito apenas às mulheres que fazem tratamento contra o câncer no Inca. Elas serão encaminhadas pelos seus próprios médicos.