Cotidiano

Ilan Goldfajn apresenta nova diretoria do Banco Central

BRASÍLIA – O novo presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, anunciou toda a diretoria da autarquia nesta segunda-feira. Inesperadamente, após o fim do discurso de posse, ele revelou as mudanças no Comitê de Política Monetária (Copom).

Para a diretoria de política econômica, o economista da PUC-Rio Carlos Viana de Carvalho será o indicado. Reinaldo Le Grasie ocupará a diretoria de política monetária e Tiago Couto Berriel será indicado para a diretoria de assuntos internacionais. Os três só assumirão as respectivas cadeiras após a sabatina e aprovação pelo Senado Federal.

O atual procurador do BC, Isaac Sidney, deixa o posto e ganha um assento no Copom. Comandará a diretoria de relações Institucionais.

Com as mudanças, deixam o Copom os diretores Aldo Mendes (Política Monetária), Altamir Lopes (Política Econômica) e Tony Volpon (Assuntos Institucionais).

Os diretores Luiz Edson Feltrim (Administração), Anthero Meirelles (Fiscalização), Octávio Damasio (Regulação do Sistem Financeiro) e Sidney (Organização do Sistema Financeiro) permanecem no cargo.

DE OLHO NO CENTRO DA META DE INFLAÇÃO

Durante seu discurso na cerimônica de transmissão de cargo, Ilan destacou que sua missão é deixar a inflação estritamente na meta que, atualmente, está em 4,5%. Ele afirmou que sem o controle dos preços, não há retorno de crescimento e aumento do bem estar da população, principalmente, a mais pobre.

Ilan lembrou que são as camadas mais baixas da sociedade que mais sofrem com a remarcação de preços.

— Vamos cumprir plenamente a meta, (…) mirando seu ponto central. Os limites de tolerância server para acomodar choques – frisou.

Ele falou após Alexandre Tombini, que deixou o cargo no fim da semana passada após várias críticas de que foi leniente com a inflação. Ilan disse que além de controlar a inflação, se ela ficar acima da meta e dentro das bandas, é preciso trabalhar para controlar as expectativas. Ou seja, é importante mostrar para o mercado que a inflação retornará para sua meta.

— É fundamental o gerenciamento das expectativas de meta.

Já Tombini listou as adversidades que enfrentou à frente do BC como, por exemplo, a política fiscal que, desde 2012, foi expansionista.

— O balanço das forças foi adversos.

Num longo discurso, ele ressaltou que a inflação só ficou dentro dos parâmetros do sistema de meta nos quatro primeiros anos de seu comando por causa do trabalho do BC. Ele ainda defendeu o programa de swap cambial, venda de contratos que funcionam como uma venda de dólar no mercado futuro.