Cotidiano

Ignácio de Loyola Brandão celebra Prêmio Machado de Assis: 'é para a minha geração'

RIO ? “Meio trêmulo”, Ignácio de Loyola Brandão celebrou o Prêmio Machado de Assis, concedido anualmente pela Academia Brasileira de Letras (ABL) a escritores pelo conjunto da obra. A informação foi divulgada nesta quinta-feira pelo blog de Ancelmo Gois, colunista do GLOBO. O paulista, que venceu o Prêmio Jabuti em 2008, tem uma prolífica produção, que abarca contos, romances, biografias e livros infanto-juvenis. Ele receberá R$ 300 mil pela honraria.

? A duas semanas dos meus 80 anos, me derreti. Acho que valeu a pena, está valendo a pena fazer o que faço.

Um dos nomes mais proeminentes da “geração 70”, o autor se notabilizou por livros como “Zero”, de 1975. A obra, proibida pela ditadura brasileira, foi lançada na Itália antes de ser editada em português, o que só aconteceria em 1979. O escritor fez questão de dividir a honraria com seus contemporâneos.

? Estou aqui acabando de receber a noticia, meio trêmulo, mas quero dizer que no fundo este é um prêmio para a minha geração ? afirmou. ? Para todos aqueles que a partir dos anos 1970 saíram pelo Brasil, foram para escolas, faculdades, teatros, igrejas, centros acadêmicos, falando sobre literatura, processo de criação, censura e ditadura e resistência. É um prêmio meu mas é do Antonio Torres, da Nélida Piñon, Raduan Nassar, Luis Fernando Veríssimo, Luis Vilela, Ivan Angelo, os falecidos Moacyr Scliar, João Antonio, Vander Piroli, Roberto Drummond.

Em 2015, Rubem Fonseca foi o escolhido pelos acadêmicos e recebeu R$ 100 mil. No ano passado, a ABL distribuiu R$ 450 mil em prêmios, divididos em categorias como ficção; literatura infantojuvenil; história e ciências sociais; ensaio, crítica e história literária; tradução; e cinema, além do troféu pelo conjunto da obra. Em 2016, no entanto, a ABL manteve apenas o Machado de Assis e triplicou o seu valor.