Cotidiano

Geddel fazia parte de ?verdadeira organização criminosa?, diz MPF

BRASÍLIA ? No documento em que pediu a realização de busca e apreensão em endereços do ex-ministro Geddel Vieria Lima, o Ministério Público Federal apontou que ele e outras pessoas “faziam parte de uma verdadeira organização criminosa”. Os investigados manipulariam créditos e recursos a serem emprestados pela Caixa Econômica Federal. Geddel foi vice-presidente de Pessoa Jurídica do banco entre 2011 e 2013. No ano passado, foi ministro da Secretaria de Governo do presidente Michel Temer.

As buscas ? assim como a quebra dos sigilos bancário, fiscal, telefônico, telemático e postal para acessar dados eventualmente conseguidos nos materiais apreendidos durante a operação ? foram autorizadas pelo juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal do DF, em 19 de dezembro do ano passado. Os mandados, porém, foram cumpridos apenas nesta sexta-feira pela PF, como parte da Operação Cui Bono.

“Os elementos de prova colhidos até o presente momento apontam para a existência de uma organização criminosa integrada por empresários brasileiros e agentes públicos que, ocupando altos cargos na Caixa Econômica Federal e no Parlamento brasileiro, desviavam de forma reiterada recursos públicos a fim de beneficiarem a si mesmos, por meio do recebimento de vantagens ilícitas, e a empresas e empresários brasileiros, por meio da liberação de créditos e/ou investimentos autorizados pela Caixa Econômica Federal em favor desses particulares”, escreveu o procurador da República Anselmo Henrique Cordeiro Lopes.