Cotidiano

Gasolina dispara e pode chegar a R$ 4,36

Assis Chateaubriand – A Petrobras anunciou ontem o terceiro aumento no preço da gasolina em menos de uma semana. O novo reajuste é de 3,3%, acumulando uma alta de mais de 10% em setembro, a maior do ano repassada ao consumidor.

No oeste, o preço médio do litro da gasolina a partir de hoje é de R$ 4,04, considerando o último levantamento mensal da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), em 26 de agosto. Contudo, na bomba os preços podem chegar a R$ 4,36 dependendo da cidade.

Dentre os cinco municípios analisados pela Agência até o último dia 26 – Assis Chateaubriand, Cascavel, Foz do Iguaçu, Marechal Cândido Rondon e Toledo -, os preços variavam de R$ 3,74 a R$ 4,09. Com o reajuste, as bombas passam a marcar R$ 3,86 a R$ 4,22, conforme a ANP.

Na prática, os preços podem ser ainda maiores. Isso porque os dados mensais da ANP não levam em conta os acréscimos do combustível aplicados desde 31 de agosto à região. Em Cascavel, por exemplo, até a tarde de segunda-feira (4) os postos de combustíveis vendiam o produto entre R$ 4,15 e R$ 4,23. Com o novo reajuste, os preços podem chegar a R$ 4,36.

NO PARANÁ

Segundo a ANP, o preço médio do combustível no Paraná é de R$ 3,76. Com o novo reajuste, o litro da gasolina sobe para R$ 3,88.

Segundo o diretor do Sindicombustíveis (Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis, derivados de Petróleo, Gás Natural, Biocombustíveis e Lojas de Conveniência do Estado) em Cascavel, Roberto Pellizzetti, o aumento na gasolina ocorre após o furacão Harvey fechar refinarias dos Estados Unidos e levar a uma disparada nos preços de referência mundial. Além disso, a estatal afirma que o reajuste de ontem foi decidido pelo Gemp (Grupo Executivo de Mercado e Preços), que é convocado quando há a necessidade de subir os combustíveis em mais de 7% para cima ou para baixo em um único mês.

Aditivada

Quem optar pela gasolina aditivada vai gastar ainda mais. Antes mesmo do terceiro reajuste, em Cascavel, o produto era vendido a R$ 4,36 (foto). Aplicando o índice de 3,3%, passam a ser cobrados R$ 4,50.

Aumento penaliza consumidor, diz Sindicombustíveis

Cascavel – Em nota, o Sindicombustíveis-PR (Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis, derivados de Petróleo, Gás Natural, Biocombustíveis e Lojas de Conveniência do Estado do Paraná) se diz contrário à sequência de aumentos promovidos pela Petrobras, que penaliza consumidores, donos de postos e sociedade em geral. O novo aumento é ainda mais grave pela sequência de altas seguidas e por ocorrer quase que em conjunto à recente alta de PIS e Cofins.

“Relembramos ainda um ponto importante: os postos compram os combustíveis das empresas distribuidoras, e não diretamente das refinarias. Deste modo, é importante reforçar que altas e baixas nas bombas dependem inicialmente do repasse das companhias de distribuição”, afirma.

Com a variação mais frequente de preços, tem se agravado uma situação sobre a qual o Sindicombustíveis-PR já fez alerta. Em geral, as tendências de baixa são repassadas pelas distribuidoras aos postos de forma lenta, em menor escala ou simplesmente não são repassadas. “Por outro lado, quando o viés é de alta, os acréscimos são rapidamente aplicados pelas empresas de distribuição e repassados aos postos. Vale salientar ainda que, diante do cenário recessivo, a maioria dos postos tem trabalhado com estoques baixos e abastecimento diário”, explica o sindicato.