Cascavel – Somente no mês de janeiro, dois furtos e atos de vandalismo em unidades da Sanepar (Companhia de Saneamento do Paraná) resultaram em prejuízos financeiros e também no abastecimento de água em Cascavel. No dia 13, o Centro de Reservação de Água da Região Sul da cidade sofreu a ação de vândalos. Lá, além do furto de cabos de energia elétrica da unidade de armazenamento, foram causados diversos danos nas instalações.
Desta forma, os moradores dos bairros Jardim União, Santa Felicidade, Sítio Recreio Paraíso e Universitário tiveram o fornecimento de água interrompido por algumas horas. A companhia precisou enviar técnicos para avaliar a extensão dos danos e também fazer a reposição da fiação, para que o abastecimento daquela região fosse normalizado.
Já na madrugada de segunda-feira (31), mais uma ocorrência de furto e vandalismo foi registrada pela Sanepar, desta vez em uma unidade operacional localizada na Região Norte. O abastecimento de água foi prejudicado nos bairros Brasília, Clarito e Floresta. Novamente a companhia precisou mobilizar equipe técnica para resolver o problema.
A reportagem buscou detalhes sobre o prejuízo gerado nos cofres da companhia, e consequentemente para o consumidor, em virtude destes crimes. Porém, a Sanepar relatou que não dará detalhes financeiros “para não estimular esse tipo de ação”. Furto de fios, vandalismo e ações como estas têm ocorrido com mais frequência nos últimos meses e ligam um alerta nos órgãos de segurança pública.
É importante lembrar que quem recepta os materiais furtados também está cometendo um crime e pode ser preso.
COMBATE
Diante deste quadro crescente em que órgãos e espaços públicos são alvo da ação dos criminosos, no ano passado, o vereador Policial Madril encaminhou o Projeto de Lei nº 48/2021 que foi aprovado e alterou os artigos 3º e 6º da Lei Municipal nº 4.632 de 02 de agosto de 2007. A lei dispõe sobre a obrigatoriedade dos estabelecimentos comerciais que compram sucatas de metal, fios de cobre e alumínio a manterem cadastro dos fornecedores.
Segundo Madril, na lei “antiga” constava que os comerciantes deveriam fazer uma lista de fornecedores e compradores e encaminhá-la à Polícia Militar. Entretanto, o correto é destinar os documentos à Polícia Civil, órgão competente. “Então a gente mudou para que este relatório seja encaminhado pela Secretaria Municipal de Segurança Pública à Polícia Civil, por meio da GM (Guarda Municipal)”, explicou.
O vereador também disse que a GM, por ser formada de servidores públicos, tem o poder de polícia administrativa, que é aquela que fiscaliza os comércios. Assim, a instituição também teria autonomia para realizar operações e inspecionar os estabelecimentos com o objetivo de inibir os crimes de furto.
O Projeto de Lei foi sancionado no dia 24 de agosto de 2021, mas até o momento nenhum balanço sobre possíveis irregularidades identificadas no comércio foi divulgado. Madril enfatiza que o Município deveria fazer uma varredura nestes estabelecimentos o quanto antes. “Se tivermos as pessoas trabalhando dentro da lei será bem mais fácil para combater o comércio ilegal de fios de cobre. Estes materiais são rapidamente vendidos, principalmente por dependentes químicos. Eu acredito que há uma quadrilha especializada nestes furtos”, pontuou o vereador.
Redação – Paulo Eduardo
Sanepar orienta consumidores
A Sanepar recomenda que cada cliente tenha uma caixa-d’água de no mínimo 500 litros em casa. Com isso, em situações de interrupção no abastecimento, é possível atender as necessidades do morador por pelo menos 24 horas. Com as chuvas dos últimos dias, os níveis dos mananciais que abastecem a cidade estão com quantidade suficiente para atender a demanda do município. Apesar disso, a orientação é evitar desperdício.
O Serviço de Atendimento ao Cliente Sanepar é feito pelo telefone 0800 200 0115, que funciona 24 horas. Ao ligar, tenha em mãos a conta de água ou o número de sua matrícula.
