Cotidiano

?Fui o melhor presidente da história do Brasil?, diz Lula

201604161157255102 - Cópia.jpgRIO ? Em entrevista ao jornal inglês ?The Guardian?, publicada nesta segunda-feira, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou a condução da Operação Lava-Jato, voltou a negar envolvimento no escândalo de corrupção na Petrobras e enfatizou avanços sociais do governo petista, um projeto que, segundo ele, ?transformou o país? e que, em suas palavras, viu desmoronando com o afastamento da presidente Dilma Rousseff em maio. Lula também afirmou que uma possível candidatura nas próximas eleições dependerá de seu partido.

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?Gostaria que outra pessoa concorresse. Eu saí com 87% de aprovação. Eu fui o melhor presidente da história do Brasil. É quase uma missão impossível tentar repetir esse desempenho. Eu teria que competir contra mim mesmo?, disse.

Lula afirmou ainda que vê um ?acordo? entre parte da mídia, de procuradores e da polícia para destruir sua imagem com o objetivo de impedi-lo de concorrer em 2018 à Presidência. Também disse que perdeu três eleições antes de ocupar o cargo e que respeitou a escolha do vencedor. ?Mas a direita não vai esperar?, rebateu o petista.

Sobre a Lava-Jato, o ex-presidente ressaltou que as investigações não miram, como deveriam, a arrecadação de todos os partidos.

?Do jeito que sendo feito, você fica com a impressão de que todo o dinheiro para o PT é sujo e que todo o dinheiro para o PSDB é limpo?, criticou Lula, acrescentando: ?Há a teoria de que o chefe deve saber ou de que nós somos culpados por incompetência (por não saber). Mas não há crime?.

Em meio à possibilidade de ser julgado no âmbito da Lava-Jato, Lula diz que está tranquilo como ninguém no país e que, se enfrentar um julgamento, ?saberemos se (as alegações) são verdadeiras ou não?. Para ele, se houver um ou não, ?as principais realizações dos últimos 13 anos não serão perdidas?.

Ao ?The Guardian?, Lula também abordou o processo de impeachment contra Dilma e enfatizou que tem orgulho de sua indicação para o Planalto. Prestes a enfrentar a decisão final do Senado, a petista precisa agora, para ele, dizer o que acontecerá no Brasil, se voltar à Presidência.

?Ela tem que dizer o que ela fará que será novo, como ela construirá novas relações políticas. Ela precisa dizer isso. Eu não posso. Ela tem que fazer as pessoas acreditarem?, aconselhou.