Cotidiano

Freixo: ?Pedro Paulo mostrará com quem anda se não votar contra Cunha?

P_20160906_161542.jpgApós encontro com o arcebispo do Rio, Dom Orani Tempesta, nesta terça-feira, o candidato do PSOL a prefeito do Rio, Marcelo Freixo, ironizou a declaração de Pedro Paulo (PMDB) sobre o fato de Marcello Crivella (PRB), lider das pesquisas de intenção de votos, contar com a assessoria de Rodrigo Bethlem, ex-secretário de Assistência Social da prefeitura do Rio, como o GLOBO revelou nesta terça-feira. Bethlem deixou a secretaria após sua ex-mulher divulgar o áudio de uma conversa dos dois em que Bethlem dizia ter uma conta na Suíça e que tinha como fonte de renda contratos da secetaria.

Nesta terça, Pedro Paulo citou o ditado ?diga-me com quem andas e te direi quem és? para comentar o caso. Freixo cobrou do peemedebista, que é deputado federal licenciado, uma posição sobre a casssação de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), cujo pedido de cassação do mandato deverá ser votado pela Câmara dos Deputados na próxima segunda-feira. E também criticou alianças de Crivella.

? Acho interessante o Pedro Paulo falar em ?diga-me com quem andas? porque na segunda-feira tem o julgamento do Eduardo Cunha. No pedido de impeachment, ele reassumiu o mandato para votar contra a Dilma. E agora? Vamos ver o que ele pensa do Eduardo Cunha. Pode ser que o feitiço vire contra o feiticeiro e este ditado sirva para ele ? disse Freixo. ? Tomei com surpresa a notícia de que Bethlem está assessorando Crivella. Já havia sido surpreendido com o apoio do Garotinho. O Crivella hoje está junto a setores que não trazem boas memórias para o Rio, tanto o Rodrigo Bethlem quanto o Garotinho. Mas o Pedro Paulo tem muito pouca condição para falar sobre isso.

A assessoria da campanha de Pedro Paulo afirmou que ele está licenciado do mandato de deputado federal desde 1º de agosto para se dedicar à campanha para prefeito e que não há por ora previsão de que se afaste das atividades eleitorais.

Freixo se reuniu a portas fechadas por meia hora com o arcebispo do Rio, e relatou depois que a conversa se ateve principalmente sobre a população pobre do Rio e as possibilidades de parceria entre a igreja e a prefeitura em programas sociais.

? Já encontro com a Igreja Católica há muitos anos, pelo trabalho das pastorais e pelo meu trabalho nos Direitos Humanos. Conversamos sobre as favelas do Rio, onde mora um terço da população. Já encontrei com representantes da umbanda, com evangélicos, as religiões devem ser parceiras num processo de criar políticas de assistência para essas famílias, especialmente a juventude, com projetos sociais. Há um genocídio da juventude pobre e negra no Rio ? disse Freixo. ? A orientação encantadora e transformadora do papa (Francisco) traz ainda a mais a Igreja para um papel social muito importante.