RIO – As incertezas políticas no Brasil continuam sendo altas o suficiente para afetar o conteúdo, o escopo e o ritmo das reformas fiscais, destacou nesta terça-feira a agência de classificação de risco Fitch.
Para a Fitch, as iniciativas tomadas pelo governo do presidente interino Michel Temer sugerem uma tentativa de controlar os gastos, porém ela pode não ser suficientes para alcançar uma rápida consolidação fiscal.
A popularidade do governo Temer continua relativamente baixa e as investigações da Lava Jato são uma contínua fonte de distúrbios políticos. A tolerância pública à profunda austeridade fiscal pode ser limitada pela forte e prolongada contração econômica e pela alta do desemprego, destacou a Fitch em nota assinada pela diretora Shelly Shetty.
A previsão de déficit primário de 2017 deve ser fechada até quinta-feira, de acordo com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. No governo, há avaliações que o rombo primário de 2017 deve ficar entre R$ 150 bilhões e R$ 170,5 bilhões, mesma projeção para 2016.
A Fitch cortou em maio o rating soberano do Brasil de BB+ para BB, colocando a nota do país ainda mais dentro do grau especulativo. A perspectiva é negativa.