Cotidiano

Fãs cariocas do Guns N?Roses buscam palhetas escondidas na Urca

RIO – Os professores Frederico Oliveira, de 43 anos, e Bruno Santana, de 29, moradores de Campo Grande e Bangu, respectivamente, saíram cedo de casa nesta quarta-feira em direção ao Centro. Os amigos sabiam que palhetas do Guns N?Roses seriam escondidas em algum lugar da cidade, como a banda tem feito ao longo de sua turnê ?Not in this lifetime?.

? Apostamos que seria em algum lugar no Centro ? conta Bruno. ? Fomos para lá e ficamos rodando de carro por ali até que eles anunciaram que as palhetas estavam na Praia Vermelha. Deixamos o carro na Cinelândia, pegamos um táxi e viemos fomos uns dos primeiros a chegar.

O anúncio da banda foi feita em sua página oficial no Facebook, às 11h23m: ?Escondemos palhetas #GnFnR em volta do Monumento aos Heróis de Laguna e Dourados na Praia Vermelha. Muita sorte…?. Aos poucos, dezenas de fãs foram chegando à praça em frente ao bondinho do Pão de Açúcar, onde fica o monumento. Atraídos pela movimentação, garis da Comlurb e guardadores de carro também se juntaram à busca, mirando na possibilidade de vender o souvenir.

O plano da dupla deu certo, ao menos para Frederico. Ele foi um dos que teve a sorte de encontrar uma palheta, escondida em meio às folhagens dos jardins da praça. Circulava entre os fãs, por volta de 13h30m, a informação de que pelo menos seis haviam sido encontradas ? a especulação deles era que havia 12 palhetas escondidas.

Outro que conseguiu a sua recordação foi o militar Mauricio Ribeiro, de 41 anos. Ele trabalha ao lado da praça na Praia Vermelha.

? Vi no Twitter que elas estavam aqui e desci na mesma hora. Comecei a olhar perto de um banco, havia uma pedra no chão. Levantei a pedra e a palheta estava lá. Vou dar pro meu filho, que foi comigo no show no Engenhão.

Outros fãs não tiveram a mesma felicidade. A estudante de publicidade Isabela Ribeiro, de 22 anos, estava na faculdade, em São Cristóvão, quando soube das palhetas. Largou a aula e foi para a Praia Vermelha:

? Fui no show ontem, estou aqui de ressaca procurando e não estou achando nada.

Auxiliar de um consultório de odontologia, Paula Vanusia, de 29 anos, era uma das mais aplicadas na busca. Fã que assistiu a todos os shows que o Guns N?Roses fez no Rio desde 2010, ela sempre faz plantão na porta do hotel onde a banda está hospedada.

? Quando vi a postagem, estava esperando para ver Mr. Rose (como ela chama o vocalista Axl Rose) na frente do Palace. Vim para cá correndo.

De férias no Rio, a diretora de arte peruana Valeria Quiros, de 34 anos, se juntou à caça às palhetas:

? Assisti ao show deles no Coachella (na Califórnia), em Lima e aqui. Em Lima não pude procurar as palhetas, porque estava trabalhando. Mas agora estou de férias, vou ficar aqui por pelo menos mais uma hora.

Teve quem reunísse a família para aumentar as chances de sucesso. O comerciante Alberto Jabor, de 32 anos, estava num grupo de cinco pessoas, que incluía seus sobrinhos Mateus, de 11 anos, e Ana Beatriz, de 10.

? Meu irmão tinha chutado: ?Eles vão botar as palhetas no Pão de Açúcar?. Falei que não, porque eles sempre botam num lugar de acesso público. De alguma forma, ele acabou acertando ? conta Alberto, que assim que soube das palhetas reuniu a família e saiu da Abolição, onde mora.

Com bom humor, vestindo a camisa da banda, a advogada Rejane Costa, de 34 anos, observou o cenário ? no qual dezenas de pessoas vasculhavam plantas, chutavam pedras e investigavam ranhuras na base de postes em busca das palhetas ? e comentou a situação:

? Fá é um bicho idiota, né?