Cotidiano

Empresários querem incluir temas novos nas negociações da OMC

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BRASÍLIA – Empresários de vários países, inclusive do Brasil, reuniram-se nesta segunda-feira em Genebra (Suíça), sede da Organização Mundial do Comércio (OMC), para apresentar temas que poderiam ser negociados no organismo. Além de pontos tradicionais, como redução de tarifas e subsídios, os executivos, em sua maioria CEOs, mencionaram comércio eletrônico, facilitação de investimentos, boas práticas para combater a corrupção e melhora das condições para pequenas e médias empresas.

Segundo explicou ao GLOBO o diretor-geral da OMC, Roberto Azevêdo, as negociações não colocariam de lado a Rodada de Doha, que vem sendo discutida há mais de uma década. Novos temas poderiam negociados, desde que os países associados ao organismo queiram. Ele mencionou como exemplos Filipinas, que propõe um foco maior para as pequenas e médias empresas; e a Coreia do Sul, o México e a Indonésia, que estão prontos para conversar sobre comércio eletrônico.

Estavam presentes ao encontro, entre outros, representantes de pesos pesados, como Ebay, DHL, Mastercard, Nestlé, Dow Chemical, Tata, entre outras. Do Brasil, participaram dirigentes da Embraer e da Coteminas.

? Na conversa, eles [os empresários] não excluíram nada. A Rodada de Doha estava lá dentro e os temas que não são da Rodada também ? disse Azevêdo.

Segundo ele, tudo vai depender de duas coisas: a capacidade deles de dar forma concreta a essas propostas de o que eles esperam que seja feito nessas áreas; e se os membros ou alguns membros vão se interessar por esses temas.

? Quando eu assumi [setembro de 2013], íamos a várias capitais e tentávamos falar com o setor privado, cujo interesse pela OMC era quase zero. Hoje, os empresários têm nos procurado ativamente ? afirmou Azevêdo, que antes de assumir o cargo era o chefe da delegação brasileira em Genebra.

Azevêdo afirmou que os acordos bilaterais em negociação pelo mundo são importantes mas, dependendo do que estiver sendo negociado, como regras e disciplinas, o multilateralismo é o melhor caminho. Isto porque garante maior segurança, quando há um grande número de países envolvidos na OMC.