Cotidiano

Em carta a acionistas, Warren Buffett alfineta Trump sobre imigrantes

258755348_1-6.jpgRIO – Anualmente, o bilionário Warren Buffett escreve uma carta aos acionistas do seu fundo de investimentos, o Berkshire Hathaway. Quase sempre, exalta as conquistas dos EUA e o sonho americano. A mensagem deste ano, no entanto, tem um recado ao presidente Donald Trump: uma menção à importância dos imigrantes para a construção da maior economia do mundo. O destaque ao assunto é inédito e contrasta com as recentes decisões do republicano, defensor de regras mais duras para acesso ao território americano.

Trump_Links_Eco?Uma palavra resume as conquistas do nosso país: miraculoso. De um ponto de partida 240 anos atrás ? menos que o triplo dos meus dias na Terra ? americanos combinaram engenhosidade humana, um sistema de mercado, uma maré de imigrantes talentosos e ambiciosos, e a regra da lei para alcançar uma fartura além de qualquer sonho nosso ou de nossos ancestrais?, escreveu Buffett, segundo homem mais rico do mundo, arás apenas de Bill Gates.

O empresário avalia ainda que aprova a forma como o sistema econômico americano funciona. Uma visão que contrasta com o slogan da campanha de Donald Trump, ?Make America Great Again? (Faça a América Grande Novamente).

?Você não precisa ser um economista para entender como nosso sistema tem funcionado bem. Apenas olhe em volta. Veja as 75 milhões de casas ocupadas por proprietários, a abundante área rural, os 260 milhões de veículso, as fábricas super produtivas, os grandes centros médicos, as universidades recheadas de talentos, enfim… Tudo isso representa um ganho para os americanos, desde as estruturas primitas de 1776. Começando do zero, a América acumuou uma riqueza de US$ 90 trilhões?

Desde que assumiu a Casa Branca, Trump tomou uma série de medidas controversas, como avançar na construção do muro na fronteira com o México ? uma de suas promessas de campanha ? e proibir o acesso aos EUA de imigrantes de sete países de maioria muçulmana, inclusive a Síria, por um período de 90 dias. As ações foram criticadas não só no campo político e ideológico, como também por empresas e economistas, justamente por causa do peso de estrangeiros sobre negócios americanos.