Cotidiano

Em batalha decisiva, tropas iraquianas avançam sobre Mossul contra o EI

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BAGDÁ ? As forças iraquianas avançam nesta segunda-feira para reconquistar Mossul do controle do Estado Islâmico (EI). A batalha na cidade ? a segunda mais importante do país e bastião do grupo extremista ? é considerada decisiva no combate aos jihadistas. Após o anúncio da ofensiva na noite de domingo, a ONU expressou preocupação pelo 1,5 milhão de pessoas que vivem na localidade e alerta para o risco de agravamento do caos humanitário.

Pelo menos sete vilarejos do Leste de Mossul já foram retomados por tropas iraquianas curdas, segundo a agência de notícias estatal turca. Dois homens-bomba teriam sido neutralizados na operação. Além disso, os soldados ganharam o controle de uma das principais estradas da região, afirmou a Associated Press.

Após o anúncio da ofensiva, veículos blindados iniciaram a marcha até Mossul. O governo iraquiano não ofereceu detalhes sobre as operações militares, mas especialistas acreditam que a primeira etapa consistirá em sitiar completamento a cidade. Os cerca de 4 mil jihadistas da cidade estão fortemente armados e tiveram tempo de se preparar suas estratégias de defesa.

A ofensiva poderia durar várias semanas, segundo o novo comandante da coalizão internacional de combate aos jihadistas liderada pelos EUA, Stephen Townsend. Participam das operações diversas forças, incluindo o Exército iraquiano, a polícia iraquiana, combatentes curdos, milícias sunitas e milícias xiitas.

POPULAÇÃO EM PERIGO

Nesta segunda-feira, o subsecretário-geral das Nações Unidas para Assuntos Humanitários, Stephen O’Brien, expressou sua profunda preocupação os civis que vivem na cidade. Ele ainda alertou que algumas famílias sofrem extremo risco de estarem em meio ao fogo cruzado ou serem alvo de atiradores de elite.

? Estou muito preocupado com a segurança de até 1,5 milhão de pessoas que vivem em Mossul e que podem ser afetadas pelas operações militares para recuperar a cidade das mãos do Estado Islâmico ? disse O’Brien.

Mossul é o último grande bastião do grupo extremista sunita no Iraque. Foi lá que o líder máximo do EI proclamou publicamente o califado em 2014.

A ofensiva em Mossul é apoiada pela coalizão internacional e poderia ser uma das maiores operações militares no Iraque desde a invasão liderada pelos Estados Unidos em 2003, que derrubou Saddam Hussein.

?Estamos orgulhosos de estar com vocês nesta operação histórica?, disse Brett McGurk, enviado dos EUA para a coalizão contra o Estado Islâmico, através do Twitter, no início da ofensiva.