ALEPPO ? Depois de os seus bairros terem sido recapturados pelas forças sírias, moradores de Aleppo que viviam sob o controle rebelde acusaram insurgentes de terem privado civis de ajuda humanitária e dos bens de que mais precisavam ? incluindo até mesmo de alimentos. Ao “euronews”, eles relataram o sofrimento cotidiano a que eram submetidos, acompanhado dos constantes bombardeios no epicentro da guerra síria. Nesta quinta-feira, milhares de pessoas estão sendo retiradas da zona rebelde, reconquistada pelas forças sírias.
? Eles nos proibiram de tudo. Não há leite, nada para cozinhar, carne e nem mesmo limões ? relatou Hanan al Salem, depois que os rebeldes haviam partido.
Os moradores encontraram comida e outros suprimentos guardados em uma escola que servia de sede ao Jaish al-Islam, uma poderosa facção rebelde, no distrito de al-Kalasa, em Aleppo. O grupo se rendeu com o avanço das tropas do presidente sírio, Bashar al-Assad.
? Eles guardavam tudo isso aqui. Eles não nos permitiam comer nem mesmo um pedaço de pão. Nós morríamos de fome e em muitas noites íamos dormir famintos ? relatou outro morador local, Amer Saleem.
Outra queixa dos civis era o aumento dos preços dos itens básicos. Um quilograma de açúicar podia chegar a custar o equivalente s US$16 por conta da escassez.
O Jaish al-Islam já foi acusado de cometer atrocidades contra civis na Síria. O grupo foi classificado como terrorista por Damasco e Moscou. Ao mesmo tempo, o distrito de al-Kalasa é um dos quatro bairros onde, segundo a ONU, forças pró-governo foram acusadas de deliberadamente matar civis a tiros.
