Política

Eleições 2020: candidatos mantêm tom crítico, mas se preocupam mais com propostas

A paz do primeiro bloco terminou com bate-boca e acusação

Eleições 2020: candidatos mantêm tom crítico, mas se preocupam mais com propostas

Cascavel – A TV Tarobá reuniu os oito candidatos a prefeito de Cascavel na noite de ontem, no último prazo possível para a realização de debate antes das eleições deste domingo (15).

Os dois primeiros blocos foram de candidato perguntando para candidato, com tema livre. Com exceção de Inês de Paula (PP), os demais candidatos mantiveram a linha crítica à atual gestão, mas que não chegou a entrar no campo mais ofensivo visto no primeiro debate entre os postulantes, no qual haviam se armado logo no início.

Também ao contrário do outro encontro, que ficou esvaziado de propostas, desta vez os candidatos pareciam mais preocupados em apresentar projetos, mesmo que fugissem da pergunta, muitas vezes emendando assuntos diferentes para poder falar mais.

A paz do primeiro bloco terminou com bate-boca e acusação. O prefeito Leonaldo Paranhos foi o último a fazer a pergunta e só sobrou Carlos Moraes. Ao citar a economia anual de R$ 2 milhões na compra de uniformes, perguntou o que Moraes achava da ação. Na resposta, Carlos Moraes sugeriu irregularidades no Refis, citando especificamente uma dívida quitada pelo empresário Renato Silva, que é candidato a vice de Paranhos.

Na réplica, Paranhos disse que a sobra das licitações resultou na construção da Escola da Transparência, e então acusou Carlos Moraes de mentir, pois alegou que o Refis concedeu descontos iguais a todos os contribuintes que quisessem e pudessem aderir. O bloco terminou nesse clima e o intervalo ajudou a acalmar os ânimos nos bastidores, mas não nas redes sociais. No Facebook, mais de 3 mil comentários já corriam soltos, a maioria entre partidários e aqueles que queriam ver o circo pegar fogo.

Direitos de resposta

O segundo bloco repetiu a fórmula, com candidato perguntando com tema livre e escolhendo quem ia responder. Só que, desta vez, a fórmula caiu numa armadilha: Paranhos também foi sorteado por último para perguntar, mas só restava ele para responder. O mediador, Caio Gottlieb, ficou perdido, e sugeriu então pular para o direito de resposta, que seria do próprio Paranhos.

No total, o atual prefeito fez cinco apresentações de direito de resposta, teve dois indeferidos e respondeu a dois nesse momento.

Paranhos respondeu a uma crítica que não houve zelo dos cofres públicos. “Tivemos muito zelo. Assumimos a prefeitura com conceito C no STN (Secretaria do Tesouro Nacional), e hoje é conceito A. Estamos com R$ 403 milhões em obras, [Cascavel] a primeira do Paraná que mais investiu em obras. Estamos fazendo 120 mil consultas por mês, só nas UPAs são 800, e conseguimos reduzir as mortes nas UPAs em 36%”, disse.

A outra resposta foi de uma citação de que não teria feito ação concreta para ajudar os empresários na pandemia. “O que lamento é que essas pessoas que estão criticando não ajudaram, não foram até a prefeitura. Fiquei 72 dias no gabinete, fizemos lançamento do enfrentamento, fizemos lockdown no início, pois não se faz no meio da pandemia (…) Enquanto muitos que estão aqui ficavam torcendo para morrer gente e chegar na eleição e me criticar. A nossa economia foi a primeira que reagiu”.

O quinto direito de resposta só foi decidido no fim do debate, e também foi indeferido.

Segundo bloco intenso

A exemplo do primeiro bloco, os candidatos também aproveitaram o segundo para apresentar propostas em todas as oportunidades. Questionado por Inês de Paula, o petista Paulo Porto falou sobre ações para a retomada da economia, citando a necessidade de a prefeitura atuar mais diretamente em especial com os pequenos empresários, citando o programa Crédito Cidadão, voltado a pequenos empresários e agricultores.

Inês aproveitou a réplica para falar das suas propostas de quatro polos industriais e corredores de produção nas rodovias.

Porto perguntou ao Major Arsênio sobre os compromissos assumidos com entidades e categorias. Antes de responder, Arsênio pediu que, no segundo turno, os candidatos tivessem “mais ética e andassem juntos”. Disse que seu plano de governo é o menor de todos porque quer torná-lo exequível e que pretende aplicar todas as propostas apresentadas pelas entidades.

Ao responder Marcio Pacheco sobre os bairros, Juarez Berté falou da necessidade de uma trincheira na BR-277 na região do Pacaembu e de mais um viaduto na região norte.

Pacheco apresentou propostas sobre mobilidade urbana, com ligação de bairro-centro, a construção de ciclovias nos bairros e de mais segurança nos bairros.

Inês disse que é preciso ter “cérebros” que pensem maneiras de estimular o turismo rural em Cascavel e defendeu o retorno das subprefeituras.

Evandro Roman levantou a bola para Pacheco repetir suas críticas sobre as pesquisas eleitorais, assunto que bateu insistentemente nos últimos dias. Pacheco citou as eleições de 2016, quando as pesquisas lhe davam 14%, mas fez 31% dos votos três dias depois.

Na sequência, foi a vez de Carlos Moraes levantar a bola para Roman atacar, retomando a questão da saúde pública. Roman disse que sua proposta é ampliar o horário de atendimento das unidades de saúde, entregar remédio nas UPAs, ter plantão odontológico nos fins de semana, mini-hospital da mulher e uma estrutura para atender os idosos.

Ao responder a Berté, Moraes disse que vai manter apenas oito secretarias e uma secretaria geral e vai cortar 70% dos cargos comissionados. E disse que vai pagar auxílio emergencial nos três primeiros meses do ano que vem.

Na réplica, Berté disse que pretende reduzir o valor de alvarás e de IPTU, criar novos núcleos industriais, baixar ISS e criar banco do empreendedor.

Sobrou então só o prefeito Leonaldo Paranhos para perguntar e responder. A organização permitiu que ele escolhesse qualquer candidato e perguntou a Arsênio sobre o investimento no aeroporto. O major reclamou que teve que ir a Foz do Iguaçu para embarcar para Brasília, que recebeu informações que “faltam 200 ou 300 metros” para ficar melhor e que é preciso efetivar esse modal para que os “investidores cheguem à nossa cidade”.

Paranhos complementou dizendo que o aeroporto está apto para todos os tipos de aviões hoje e que a Anac esteve ontem em Cascavel terminando os relatórios. “Está prontinho”, concluiu.

Major Arsênio (PRTB)

Juarez Berté (DEM)

Inês de Paula (Progressista)

Evandro Roman (Patriota)

Marcio Pacheco (PDT)

Leonaldo Paranhos (PSC)

Paulo Porto (PT)

Carlos Moraes (Avante)