Cotidiano

Ed O'Brien, do Radiohead, vai lançar disco solo inspirado no tempo em que viveu no Brasil

RIO ? Em uma entrevista à rádio inglesa “BBC 6“, o guitarrista Ed O’Brien, do Radiohead revelou que tem planos de lançar um disco solo no ano que vem. E tem mais: a grande inspiração para as músicas vem do período em que o músico viveu com a família no interior do Brasil, entre 2012 e 2013. Radiohead

O’Brien contou que, apesar de nao ser um fanático por música brasileira, clássicos de Tom Jobim, Caetano Veloso, João Gilberto e Jorge Benjor ? especialmente “Take it easy, my brother Charles” ? fazem parte de sua vida desde 1997. Ele havia acabado de lançar “Ok, computer” com o Radiohead, álbum aclamado pela crítica, mas se sentia sozinho e triste. Quando ganhou a compilação “Red Hot & Rio”, se identificou com as melodias “bonitas”, “alegres” e, ao mesmo tempo, “melancólicas”.

? No Brasil, eles usam a palavra “saudade”, que é uma forma de melancolia e tristeza, a vontade de estar em um outro lugar. E era isso que eu sentia, eu queria estar em outro lugar, um lugar onde fosse feliz ? revelou, acrescentando que, depois disso, veio para cá muitas vezes com a mulher.

O desejo de passar mais tempo no país surgiu depois do nascimento dos dois filhos, em 2004 e 2006. Ele então declarou aos companheiros de banda que, dali a cinco anos, iria passar um ano no Brasil, mesmo que isso significasse ficar de fora de um eventual álbum do Radiohead:

? Então fomos viver no interior do Brasil (em São Luiz do Paraitinga, no estado de São Paulo), e moramos em um sítio, em uma casinha basicamente do tamanho da sala ao lado. A vida era realmente simples. As crianças se matricularam na escola local. Ninguém falava inglês, mas eles aprenderam, brincavam, etc. E a vida se reduziu às suas partes simples. Para mim, tudo era música e a minha família.

O guitarrista contou que as primeiras tentativas de compor não foram frutíferas. Mas um convite para ? pasmem ? assistir ao desfile das escolas de samba no Rio fez toda a diferença:

? Foi a melhor experiência que eu já tive em termos de música! Então, claro, as batidas, o que eles chamam de “bateria”, e todos aqueles polirritmos. Todo mundo canta. Devem ter umas 4 mil pessoas em cada escola de samba que desfila, e a combinação de escrever música com a sensação de estar lá e sentir que a música poderia ser daquele jeito… Foi muito profundo, e alimentou a minha inspiração e composição ? disse ele, afirmando que a experiência foi um divisor de águas em sua vida. Dez discos de rock de 2016 que você deve ouvir