Cotidiano

?É a 1ª vez que nossas ferramentas se tornam duas vezes melhor a cada ano?

63122678_RJ - RIO DE JANEIRO - 03-12-2016 - Wired Festival Brasil 2016 - Armazem da Utopia - Ben.jpg Wired RIO – Em 1965, o cofundador da Intel Gordon Moore previu que o número de componentes que podem ser colocados em um circuito integrado, por um mesmo preço, dobra a cada ano. Para Ben Hammersley, ex-editor da ?Wired? do Reino Unido, essa regra, conhecida como Lei de Moore, continua vigente cinco décadas depois e explica o momento de rápidas mudanças pela qual a Humanidade está passado.

– É a primeira vez na História humana que nossas ferramentas se tornam duas vezes melhor a cada ano. Se você usava um computador há 30 anos, o seu laptop hoje é 1.073.741.824 vezes mais potente ? disse Hammersley no segundo e último dia do Wired Festival Brasil. ? Isso é uma loucura!

E essa rápida evolução dos sistemas computacionais faz com que as mudanças aconteçam de forma abrupta, em questão de poucos anos. Há uma década, os satélites de comunicação custavam dezenas ou centenas de milhões de dólares, e hoje é possível comprar peças de um Cubesat pela internet e enviar um satélite ao espaço por menos de US$ 10 mil.

Em 1994, o projeto do genoma humano consumiu bilhões de dólares e o trabalho de milhares de cientistas espalhados pelo mundo. Hoje, um equipamento de sequenciamento genético custa US$ 1 mil e cabe na palma da mão.

Em 2011, um computador da IBM venceu os campeões de um popular programa televisivo de perguntas e respostas. Hoje, o Watson está na ?nuvem?, levando inteligência artificial para sistemas diversos, desde ferramentas para diagnóstico do câncer a brinquedos infantis.

– A minha filha tem um. Eu entreguei a minha filha para a IBM ? brincou Hammersley.

E não é apenas a babá que está sendo substituída pela tecnologia. Há dois anos, a Amazon anunciou que iniciaria testes com drones para a entrega de mercadorias. No mês que vem, as primeiras entregas autônomas serão realizadas no Reino Unido e no Canadá.

Os carros autônomos, que há três anos pareciam um futuro distante, já estão rodando nas ruas de alguns países. A start-up Otto já fechou o primeiro contrato de entrega com caminhões autônomos. Matérias jornalísticas rotineiras já são escritas por inteligências artificiais. Máquinas inteligentes também fazem análises de contratos jurídicos e, em pouco tempo, robôs farão cirurgias.

Com tantas mudanças acontecendo em tão curto espaço de tempo, o futurólogo e ex-editor da ?Wired? no Reino Unido, Ben Hammersley, alertou sobre como as máquinas estão ocupando tarefas antes feitas por humanos. Brinquedos com inteligência artificial cuidam das crianças, drones fazem entregas, carros e caminhões andam sozinhos. Segundo ele, muitas pessoas ocupam funções que certamente serão substituídas por máquinas, como motoristas de táxi, caminhoneiros ou até mesmo advogados.

– São pedaços de carne sentados num banco esperando serem substituídos por robôs ? alertou Hammersley, dando uma dica para as pessoas não apostarem em negócios fadados ao fracasso. – Todos os dias, quando for fazer alguma coisa, pense em como você executaria essa tarefa com as tecnologias que existem hoje. Se fizer isso, você vai estar sempre no topo desta grande mudança.

O Wired Festival Brasil é uma realização da Edições Globo Condé Nast e do jornal O GLOBO, apresentado pela Prefeitura do Rio e Rio Eventos, com patrocínio da Nextel e do Banco Original, apoio do SENAI, C&A e Spotify, co curadoria da FLAGCX e produção da SRCOM. O evento acontece nesta sexta-feira e sábado no Armazém Utopia, na Zona Portuária do Rio.