Cotidiano

Doria pede a Haddad para não reduzir orçamento de 2017

SÃO PAULO – Um dia depois da vitória nas urnas em São Paulo, o prefeito eleito João Doria (PSDB) concedeu na tarde desta segunda-feira a primeira entrevista coletiva à imprensa. Ao reafirmar diversas propostas de campanha, o tucano fez um apelo ao prefeito Fernando Haddad (PT) para que não reduza o orçamento da cidade para 2017. O tucano também esclareceu que a promessa de não aumentar a tarifa do transporte público vale apenas para o primeiro ano de governo.

? No primeiro ano, não vamos mexer na tarifa de transporte, assim como não haverá nenhuma modificação de impostos e taxas. Agora, cada dia com a sua agonia. Vamos falar do primeiro ano. Vamos devagar ? afirmou Doria, cujo slogan da campanha era “Acelera SP”.

O tucano deixou a entender que a tarifa dos ônibus sofrerão reajuste a partir de 2018. Em relação a impostos e taxas não foi categórico, mas indicou que a tendência é que não haja mudanças.

? Taxas e impostos provavelmente não terão mudanças depois disso (primeiro ano), mas eu preciso ser responsável e isso me dá o direito de afirmar que em 2017 não teremos aumento de impostos ou taxas nem aumento de tarifa.

A manutenção da tarifa dos ônibus implica num aumento do subsídio dado pela prefeitura às empresas, se não houver mudanças nas regras contratuais vigentes hoje. Isso significa um gasto maior em 2017 com essa despesa. Por esse e outros motivos, Doria fez um apelo público a Haddad para que o orçamento que será aprovado no fim deste ano não tenha cortes em áreas importantes como a saúde.

? É possível e eu espero que o prefeito mantenha esse orçamento para o ano que vem apesar da redução de R$ 3 bilhões que Haddad anunciou. Se for necessário, vamos conversar com ele. A situação da saúde na cidade é tão grave que seria desastroso qualquer tipo de corte na saúde para 2017.

A atual gestão mandou para o Legislativo um orçamento para 2017 com uma previsão de R$ 3,2 bilhões a menos de receita ? de R$ 57,9 bilhões em 2016 para R$ 54,7 bilhões no próximo ano. A justificativa é a queda de arrecadação por causa da crise econômica.

O tucano participa nesta tarde da primeira reunião de sua equipe para discutir a formação de um núcleo de transição de governo. Haddad foi o primeiro a telefonar para o tucano para cumprimentá-lo pela vitória e, segundo Doria, acertaram a formação de um governo de transição.

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso mandou ontem os cumprimentos ao prefeito eleito por um aplicativo de troca de mensagens.