Cotidiano

Defesa de Dilma pede nova perícia de contas ao TSE

SÃO PAULO. Os advogados da ex-presidente Dilma Rousseff apresentaram um novo parecer, feito pelo auditor independente Cláudio Wagner, na investigação feita pelo Tribunal Superior Eleitoral. O documento, chamado Parecer Técnico Contábil Divergente, tem mais de 8 mil páginas, dividas em 37 volumes, defende que o laudo pericial elaborado pelos peritos judiciais foi insuficiente e deixou de analisar documentos indispensáveis, realizar diligências e vistorias necessárias para subsidiar o processo de impeachment. O laudo dos peritos judiciais tinha, segundo a defesa de Dilma, apenas 200 páginas).

Flávio Caetano, advogado da ex-presidente, afirmou em nota que o novo parecer comprova que os serviços contratados das empresas Focal, VTPB e Red Seg foram efetivamente prestados e, com isso, não há suspeita de desvio de valores. “O parecer constatou ainda que a campanha presidencial recebeu a mais da fornecedora VTPB, cerca de 50 milhões de santinhos dedicados a campanha do vice Michel Temer”, diz a nota.

A gráfica VTPB recebeu R$ 27,9 milhões em 2014, dos quais R$ 22,9 milhões foram pagos pela campanha de Dilma. O restante foi oriundo da campanha do deputado federal Arlindo Chinaglia (PT-SP), com R$ 2 milhões; do governador da Bahia, Rui Costa (PT), com R$ 1,5 milhão; do candidato à Presidência Aécio Neves (PSDB), com R$ 577 mil; e do senador José Serra (PSDB-SP), com R$ 521 mil. Outros nove candidatos pagaram valores entre R$ 800 e R$ 90 mil.

O advogado afirmou ainda que o laudo dos peritos judiciais foi impreciso, além de incompleto e insuficiente, o que o levou a pedir ao TSE nova perícia contábil, que considere o parecer feito pelo consultor independente, já que os documentos juntados agora aos autos não foram examinados anteriormente pela perícia.