Cotidiano

CSN fará venda de operação e negociará um dos ?ativos principais?

2016 899105685-2010 324362257-2010033185617.jpg_20100331.jpg_20160329.jpgSÃO PAULO – A Companhia Siderúrgica Nacional deve anunciar em dez dias a venda de uma operação do grupo e na sequência deve anunciar uma negociação futura que deve incluir parte de um de seus ativos principais, afirmaram executivos da empresa nesta terça-feira.

? Precisamos de liquidez e estrutura de capital melhor. Estamos trabalhando em diversas frentes de desmobilização e inclusive sobre uma parte de um dos ativos principais nossos ? disse em teleconferência com analistas o presidente-executivo da CSN, Benjamin Steinbruch, sem dar detalhes.

A empresa anunciou na noite da véspera que encerrou o segundo trimestre com prejuízo líquido de cerca de R$ 60 milhões. A alavancagem saltou para 8,3 vezes a dívida líquida sobre Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado ante 5,6 vezes no mesmo período de 2015.

O mercado aguarda há anos por vendas de ativos da CSN e os comentários do executivo foram semelhantes aos feitos por ocasião da divulgação dos resultados do primeiro trimestre, em maio, quando Steinbruch comentou que a empresa esperava concluir até o final de junho uma venda de ativo.

Às 14h31, as ações da CSN exibiam queda de 2%, enquanto o Ibovespa mostrava oscilação negativa de 0,21%.

Steinbruch comentou ainda que espera que a CSN apresente lucro líquido no terceiro trimestre, apoiada por altas nos preços de minério de ferro e expectativa de melhora na demanda por aço no país, apesar do mercado automotivo, um dos principais clientes da indústria siderúrgica, seguir apresentando forte queda de vendas e produção.

Segundo o presidente da CSN, a empresa deve apresentar nos resultados do terceiro trimestre um crescimento da margem Ebitda.

? 25% é uma realidade ? disse Steinbruch.

No trimestre passado, a margem Ebitda ajustada foi de 18,7% ante 20,2% um ano antes.

O executivo afirmou que espera um ambiente de estabilidade de preços de aço no segundo semestre, e o diretor comercial da CSN, Luis Fernando Martinez, afirmou que a empresa vê como difícil a possibilidade de implementação de reajuste de preços para as montadoras de veículos neste ano.

? Ainda estamos negociando com as montadoras. Não temos contratos anuais com elas, mas o cenário não é favorável para aumentos de preços no setor automotivo ? disse o Martinez. ? Mas para o próximo ano estamos discutindo aumento de dois dígitos para indústria automotiva.

Ele comentou ainda que a recuperação da demanda por aço no Brasil pode ser mais rápida que o esperado se o PIB voltar a crescer em 2017 como o esperado.

Operacionalmente, a CSN prepara para a primeira semana de outubro o religamento do alto-forno 2, parado em janeiro para manutenção, disseram os executivos. O equipamento pode produzir cerca de 1,8 milhão de toneladas de aço por ano, ou 30% da capacidade de produção da usina da companhia em Volta Redonda (RJ).

Martinez comentou que a intenção da empresa é voltar com o forno em sua capacidade plena, depois que a CSN comprou placas de aço e bobinas a quente de outros fabricantes para atender a demanda.