Cotidiano

Criados para serem vendidos como carne, cães ganham novos lares nos EUA

63728413_Rescue workers from Humane Society International rescue a dog at a dog meat farm in Won.jpg

WONJU – “Você está bem, você está bem”, diz a coordenadora de uma campanha da ONG Humane Society International (HSI), Lola Webber, a um cãozinho filhote nos seus braços, enquanto passa por cachorros latindo em gaiolas ao lado. Links animais

O filhote foi tirado de uma gaiola enferrujada em uma fazenda de carne de cachorro na Coreia do Sul e colocado em uma caixa plástica. Agora com o nome “Demi”, o cãozinho começa uma longa viagem a um abrigo no estado americano da Pensilvânia, onde será colocado para adoção.

Demi foi um dos dez cachorros resgatados nesta terça-feira em uma fazenda em Wonju, a 90 km da capital sul-coreana, Seul, onde 200 cães estavam sendo criados para o consumo humano. A campanha da HSI os resgata para que ganhem uma nova vida como animais de estimação.

63728349_Dog waste is seen stacked under dog%27s cages at a dog meat farm in Wonju South Korea Jan.jpgA fazenda foi a sexta que a organização conseguiu fechar desde 2015, e a ação sucede seis meses de negociação, exames médicos e vacinações.

? Assim que eles tiverem prontos para a adoção, percebemos que normalmente formam-se filas de pessoas nos Estados Unidos que querem acolher esses cachorros porque se envolvem com suas histórias tristes e comoventes ? afirma Andrew Plumbly, outro membro da ONG.

O consumo da carne de cachorro está em declínio na Coreia do Sul, onde é comida principalmente por pessoas mais velhas e os cães estão se tornando cada vez mais populares como animais de estimação. Ainda assim, a HSI estima que existam 17 mil fazendas de criação de cachorros para consumo humano no país.

Cães que seriam vendidos como carne são resgatados na Coreia do SulUma vez que voos podem levar um número limitado de animais por dia, serão necessárias algumas semanas para a HSI resgatar todos os 200 cachorros da fazenda.

A higiene ali “não existe”, diz Plumbly sobre a criação dos cachorros, que estão sujeitos a mudanças extremas no clima, são alimentados apenas uma vez por dia e têm seus excrementos depositados abaixo de suas gaiolas, segundo a ONG.

O proprietário da fazenda, que trabalha no ramo há mais de 30 anos e pediu para não ser identificado, citou a saúde fraca como motivo para deixar o négocio.

A HSI espera que o governo proiba a criação de cães por sua carne antes que os Jogos Olímpicos de Inverno comecem na Coreia do Sul, em 2018.