Cotidiano

Conselho de Segurança da ONU debate enviar observadores a Aleppo

MIDEAST-CRISIS_SYRIA-GK431UM3Q.1.jpgNOVA YORK – O Conselho de Segurança das Nações Unidas deve votar neste final de semana uma resolução que solicita o envio de observadores internacionais para supervisionar a saída de civis e rebeldes da cidade síria de Aleppo. A informação é da embaixadora americana na ONU, Samantha Power, que, após uma reunião do conselho ontem, destacou que Washington apoia o projeto apresentado pela França. aleppo

? Esperamos votar neste final de semana devido à extrema urgência do caso. A presença de observadores independentes pode evitar alguns dos maiores horrores ? enfatizou Samantha.

Ainda durante a reunião, a França afirmou que vai apresentar rápido um anteprojeto com a proposta completa.

? A prioridade imediata é salvar vidas, deter os massacres e evitar uma nova Srebrenica ? declarou o diplomata francês François Delattre, em referência à morte dos bósnios muçulmanos durante a guerra nos Bálcãs, em 1995.

Entretanto, a Rússia, principal aliada da Síria, mostrou-se cética em relação ao projeto.

? Há alguns elementos que me parecem questionáveis ? rebateu o embaixador russo na ONU, Vitali Churkin, alegando que enviar observadores a Aleppo pode exigir semanas. ? Pensar que se pode fazer isto em dois ou três dias é realmente ingênuo.

Ainda ontem, o presidente russo, Vladimir Putin, disse que está trabalhando com o colega turco, Recep Tayyip Erdogan, para iniciar uma nova rodada de negociações de paz ? sem a participação dos EUA ? com o objetivo de garantir um cessar-fogo na Síria. Putin disse que as novas negociações podem ser realizadas no Cazaquistão e complementar as mediações da ONU, que têm ocorrido intermitentemente em Genebra.

? O próximo passo é chegar a um acordo sobre um cessar-fogo total em toda a Síria ? declarou o líder russo.MIDEAST CRISIS_SYRIA-GK431U075.1.jpg

Por sua vez, Riyad Hijab, alto líder da oposição síria, afirmou que está disposto a participar das negociações se o objetivo for criar um governo de transição. Porém, o presidente Bashar al-Assad já descartou a renúncia como parte de uma solução política para a guerra.

O grupo de defesa civil Capacetes Brancos e organizações de direitos humanos acusam Moscou de cometer ? ou ser cúmplice ? de crimes de guerra na Síria, afirmando que os ataques aéreos russos na região de Aleppo mataram 1.207 civis, incluindo 380 crianças. Operação de retirada em Aleppo é suspensa por disparos de rebeldes, diz TV