Cotidiano

Congresso dá aval a referendo sobre fim da guerra contra as Farc

BOGOTÁ – O Congresso colombiano deu aval à histórica convocatória de um referendo para dar fim oficial ao conflito com as Farc. Por 71 votos favoráveis a 21 contra, o Parlamento abriu o caminho para que os colombianos decidam nas urnas se o processo resultará na conclusão de 52 anos de guerra.

? A plenária do honorável Senado aprova a intenção do presidente da República de convocar o plebiscito ? disse Gregorio Eljach, secretário-geral da Casa. farc

Os votos contrários vieram principalmente de setores da oposição ligados ao ex-presidente Álvaro Uribe, que defende a erradicação da guerrilha e considera que o processo de paz tornará as Farc impunes por crimes cometidos.

Em 2 de outubro, o referendo decidirá o futuro da negociação. Para ser aprovado, o acordo deve receber ao menos 4,4 milhões de votos a favor (13% do eleitorado), sem que esse número seja superado pelos votos ?não?:

? Estamos entregando ao povo a última palavra sobre a paz da Colômbia. Serão eles a dizer: ?Sim, queremos a paz? ? disse o presidente Juan Manuel Santos

Desde a meia-noite (2h de Brasília) está em vigor em todo o país o cessar-fogo bilateral e definitivo, ordenado conjuntamente por Santos à força pública, e pelo líder das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) Timoleón Jiménez a suas tropas guerrilheiras, no encerramento de quase quatro anos de negociações em Cuba.

Embora as negociações em Cuba tenham transcorrido sem uma trégua na Colômbia, as Farc mantinham desde 20 de julho de 2015 um cessar-fogo unilateral, à qual o governo respondeu com a suspensão dos bombardeios aéreos, embora sem deixar de persegui-las.

O Alto Comissário de Paz, Sergio Jaramillo, explicou que as partes projetaram um protocolo para aplicar a partir desta segunda-feira e “dar garantias a todos os colombianos do cumprimento do cessar-fogo”. Farc e Colômbia: primeiras horas de paz

SAMPER PROPÕE CÚPULA

O secretário-geral da Unasul, Ernesto Samper, propôs nesta segunda-feira uma cúpula regional pela paz e a integração após o acordo celebrado entre o governo da Colômbia e a guerrilha das Farc, que acaba com 52 anos de conflito armado.

? Penso que seria muito interessante que desde este recinto emblemático da Unasul possamos acertar a celebração de uma cúpula sul-americana pela paz e a integração ? disse Samper em entrevista coletiva na sede do organismo, no subúrbio de Quito.

O ex-presidente colombiano (1994-98) acrescentou que o encontro de presidentes “seria uma excelente oportunidade para celebrar os méritos deste acordo de paz celebrado na Colômbia, para encontrar os caminhos de convivência entre nós”.

A cúpula proposta por Samper será apresentada aos chanceleres dos 12 países que integram o bloco: Brasil, Argentina, Bolívia, Colômbia, Chile, Equador, Guiana, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela.

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