Cotidiano

Companhias aéreas fazem suas próprias revistas de segurança

RABAT, MARROCOS – Apesar dos horários dos voos não estarem sofrendo grandes mudanças, embarcar no Aeroporto Internacional de Cairo passou a ser um verdadeiro calvário após a queda do avião que fazia o voo 804 da Egypt Air, na última quinta-feira, desaparecendo com 66 pessoas. Nesta sexta-feira, os passageiros tiveram que passar por, ao menos, seis procedimentos de vistorias de segurança feitas por exército e polícia local, realizadas dentro e fora do aeroporto. Além delas, as companhias aéreas estavam fazendo suas próprias revistas. A abordagem particular deixou uma sensação aos passageiros de que as empresas não confiam no esquema de segurança do país. Este foi o segundo avião da Egypt Air que cai neste ano.

De acordo com relato de um jornalista que voou de Cairo para Casablanca nesta quinta-feira, havia duas blitz do exército na rodovia que dá acesso ao aeroporto egípcio. Ao chegar de carro, na área de embarque, ainda fora do aeroporto, policiais com cães farejadores estavam vasculhando todos os veículos e os passageiros.

– Essas abordagens foram feitas antes mesmo de entrar no aeroporto. Interrogaram até o motorista do táxi em que eu estava. Nunca tinha visto algo assim. Para passar pela porta que dá acesso ao saguão do aeroporto, teve um a nova abordagem. Desta vez, abrimos todas as malas. Lá dentro, o clima não era de medo. Mas as pessoas estavam bastante elétricas, andando rápido de um lado para o outro, tanto os passageiros quanto as autoridades e funcionários – conta o jornalista, que mora em Cairo e pediu para não ser identificado.

Após o check in, a rotina de segurança não fugia da que é apresentada na maioria dos principais aeroportos internacionais no mundo. O passeiro colocava a bagagem de mão no raio-x enquanto um policial fazia a vistoria corporal com o auxílio do detector de metais. Mesmo após essas quatro peneiras minuciosas feitas pelas autoridades egípcias, dentro e fora do aeroporto, as companhias aéreas estavam fazendo a própria revista.

– As companhias contrataram stewards para fazer uma última revisão. Os corpos dos passageiros eram revistados pelas mãos desses seguranças. Também era preciso tirar o tênis. Mas as companhias não estavam obrigando a abrir a bagagem de mão. Todas as companhias estavam fazendo isso. A impressão que ficou foi a de que eles não estavam confiando na segurança feita pelas autoridades egípcias – completou o jornalista.