Cotidiano

Com novo recorde, Itaipu prevê resultado histórico

Foz do Iguaçu – A produção da usina de Itaipu em 2018 é a maior da história para os cinco primeiros meses do ano. Nessa terça-feira (29), antes mesmo de fechar o mês, a usina superou os 43.062.656 megawatts-hora (MWh) registrados de janeiro a maio de 2016 – ano do recorde anterior.

Na comparação com 2017, quando a usina gerou 40.684.451 MWh nos cinco primeiros meses do ano, a diferença já é de 7%. Para se ter uma ideia, com a quantidade de energia produzida neste ano, Itaipu poderia abastecer sozinha o Brasil inteiro pelo período de um mês.

O desempenho de Itaipu nos primeiros meses do ano faz com que a área técnica projete fechar o semestre com produção acima de 50 milhões de MWh – o que só aconteceu três vezes desde que a usina começou a gerar energia, em 1984. Para o ano, a meta é ficar entre as cinco melhores performances da história.

O diretor-geral brasileiro, Marcos Stamm, avalia que a alta produtividade só é possível graças ao empenho e à qualificação do quadro de profissionais da empresa. “Acima de tudo, é resultado do esforço dessa equipe”, reconheceu o diretor. “Itaipu está sempre se superando, gerando mais energia e dando o equilíbrio que o País precisa para crescer. Esse é o nosso papel”.

No ano passado, a empresa foi responsável pelo abastecimento de 15% de todo o consumo brasileiro e 86% do Paraguai, país vizinho e sócio do empreendimento. Em 2016, estabeleceu a marca histórica de 103 milhões de MWh de produção anual.

Quatro fatores

O diretor técnico executivo, Mauro José Corbellini, explicou que o alto desempenho da usina é resultado da combinação de quatro fatores essenciais para a produção de energia: disponibilidade de água (chuvas), de equipamentos (as unidades geradoras), das linhas de transmissão e a demanda (a necessidade de consumo de energia por brasileiros e paraguaios).

Dos quatro fatores, o recurso menos previsível é a água. “Não podemos controlar quando vai chover ou não. Por isso, temos feito um grande esforço para otimizar a utilização da água”, ressaltou o diretor. “Queremos evitar que essa água, em vez de passar pelas turbinas (gerando energia), seja desperdiçada no vertedouro.”

O superintendente de Operação, Celso Torino, acrescentou que esses quatro fatores (água, equipamentos, transmissão e demanda) devem estar alinhados para que os resultados apareçam. Não adianta, por exemplo, ter água, mas não ter linha de transmissão para levar a energia. Ou ter demanda e não ter a máquina disponível para produção de energia.

Desta forma, a tomada de decisão envolve não apenas as áreas técnicas de Itaipu como também os parceiros externos – especialmente a Ande, no lado paraguaio, e Eletrobras-Furnas, Copel e ONS (Operador Nacional do Sistema), no lado brasileiro. “É um trabalho coordenado”, disse.

Mais 80 dias de produção

O superintendente de Manutenção, Cleber Pimenta, lembra 2010 foi um ano-chave para a melhoria dos processos. Na época, a unidade geradora número 6 (U6) teve de ser desmontada para o reparo de uma das peças. Esse trabalho inédito, de 19 meses, permitiu uma revisão completa das rotinas, com reavaliação dos itens inspecionados e mudança na periodicidade das manutenções.

Resultado: a partir de 2012, quando a máquina voltou a funcionar, o setor conseguiu reduzir em 80 dias o tempo que as máquinas ficam paradas para manutenção preventiva. Isso representa quase três meses a mais de produção de energia durante o ano.

A maior disponibilidade das máquinas permitiu o que a área técnica chama de “dança com as águas”, ou seja, quando há água disponível e demanda por energia, é possível adiar a parada de uma máquina para manutenção; quando não há água ou demanda, essa manutenção preventiva pode ser antecipada, gerando um ganho futuro.

Os efeitos desse esforço coletivo não poderiam ser melhores. Nos últimos cinco anos, o índice de disponibilidade das unidades geradoras esteve sempre acima de 96%. No ano passado, Itaipu cravou a marca de 97,3%, recorde histórico.