Cotidiano

Com alto número de candidatos, centrão negocia apoio em 2º turno

BRASÍLIA – Em meio às disputas pela presidência da Câmara, os partidos do Centrão trabalham para manterem a unidade e já negociam um acordo de apoio para o segundo turno. Em almoço na casa do líder do PTB, Jovair Arantes (GO), nesta segunda-feira, com líderes de diversos partidos do centrão, a constatação foi de que, para conter os danos de uma disputa entre tantos aliados, o melhor é não pressionar deputados para que retirem suas candidaturas. A pressão pode produzir o efeito de ?dispersar? o grupo e, segundo esta avaliação, o mais eficaz é tentar a união em torno de um nome apenas no segundo turno.

No encontro, os deputados rechaçaram a candidatura de Rodrigo Maia (DEM-RJ), sob o argumento de que ele estaria se aliando ao PT para vencer o pleito. Maia também pertence à base aliada do presidente interino Michel Temer, mas está construindo sua candidatura junto aos partidos da antiga oposição ? DEM, PSDB, PPS e PSB ?, e também buscando votos entre as legendas de esquerda, como PT, PCdoB e PDT.

? O Rodrigo Maia é apoiado pelo Lula e pela Dilma. É evidente que não podemos estar nessa aliança. Acabamos de apear o PT do poder, como podemos agora estar no mesmo barco? ? afirmou Jovair.

Jovair elogiou Rogério Rosso (PSD-DF), que oficializou seu nome hoje, e também participou do almoço. Para Jovair, Rosso é um candidato que agrada o Palácio do Planalto, mas não deve haver interferência externa na eleição.

? O Rosso é equilibrado, conduziu muito bem a comissão do impeachment e acho que o nome agrada o governo. Mas o governo não tem que se meter nisso. Pode até ter preferência por alguém, mas não pode interferir ? afirmou o líder.

O líder do governo, André Moura (PSC-SE), tem evitado aparecer explicitamente em meio à disputa e não compareceu ao almoço. Para Moura, o ideal é que o número de candidatos seja reduzido, mas o governo já trabalha com o cenário mais possível de haver segundo turno, já que é ?impossível?, em sua avaliação, haver um único candidato da base.

? Vamos aguardar que eles tentem se entender. O governo torce para que o número de candidaturas diminua o máximo possível, mas o governo não pode entrar nesse processo. Sabemos que é impossível ter candidato único, então o que importa é que o vencedor seja da base ? afirmou.