Cotidiano

CNI revisa previsão e estima queda de 3,5% no PIB neste ano

BRASÍLIA ? A Confederação Nacional da Indústria (CNI) revisou para baixo as previsões de queda da economia brasileira para este ano. A estimativa de retração no Produto Interno Bruto (PIB) piorou de 3,1%, divulgada em abril, para 3,5%. A estimativa para a queda do PIB industria também piorou, de 5% para 5,4%. Os números foram divulgados nesta quinta-feira, no Informe Conjuntural do segundo trimestre de 2016.

No documento, a CNI diz que a economia brasileira chegou a fundo do poço. ?É quase certo que o momento de aprofundamento da recessão foi superado e que a economia alcançou o ?fundo do poço??, acrescentando que ?não há deterioração adicional da atividade econômica?. A expectativa da CNI é que a economia deverá voltar a crescer somente em 2017.

A avaliação da entidade é de que as mudanças no quadro político possibilitaram ?uma conjugação favorável a ajustes estruturais que exigem mudanças legislativas e constitucionais?, caso da reforma da Previdência e do teto para os gastos públicos.

Em relação ao desemprego, a previsão da CNI é que a taxa anual alcance 11,5% da População Economicamente Ativa . De acordo com a Confederação Nacional da Indústria, os primeiros cinco meses deste ano confirmam o cenário de deterioração previsto para o mercado de trabalho em 2016.

A entidade estima ainda que, para este ano, os investimentos recuarão 13,9% e o consumo das famílias diminuirá 4,8%. ?A ociosidade do parque produtivo é recorde para o período recente, a confiança dos empresários ainda se encontra no lado não otimista e o custo e disponibilidade de financiamento não favorecem a retomada de projetos novos?, alerta a CNI.

A CNI estima que a inflação atingirá 7,3% no fim do ano e que o dólar fique, em média, em R$ 3,48, ante R$ 3,33, em 2015.

GASTOS PÚBLICOS

A CNI piorou sua projeção para o resultado das contas públicas neste ano, passando a estimar um déficit primário (despesas maiores do que receitas, sem contar juros da dívida) da ordem de 2,6% do PIB para este ano, contra a previsão anterior, de um rombo de 1,7% do PIB.

A entidade elogiou a proposta de limitação de gastos públicas feitas pelo governo do presidente interino, Michel Temer. ?No entanto, medidas recentes que levaram a aumentos nos gastos públicos, aliadas a outras anteriormente conhecidas, ameaçam a viabilidade de implementação do limite de crescimento das despesas?, acrescenta o informe. ?Dessa forma, reforça-se a necessidade de medidas adicionais para disciplinar o crescimento do gasto, como, por exemplo, uma reforma previdenciária?.

*Estagiário sob supervisão de Eliane Oliveira